Sou Marítima

Tema: Nada de Praia - crônica

Nasci acidentalmente nas montanhas de Minas Gerais, mas sou marítima, eu sinto! Quando tinha mais ou menos sete anos de idade meus pais nos levaram à praia. Fomos num Fusquinha até Guarapari, no Espírito Santo. Eu me lembro até hoje da emoção indizível, quando vi o mar pela primeira vez. Lembro que o mar que carrego dentro de mim transbordou e saiu pelos olhos, tamanha comoção. Nos dias que se seguiram, juntou-se à emoção a alegria maior; os sabores nunca antes provados, como do coentro e do camarão; os cheiros de protetor solar; a sensação de arrepio nos fins de tarde, quando a brisa fresca soprava na pele febril; a adrenalina do banho de mar com suas ondas; as marcas do biquini e a descamação da pele por causa dos raios ultravioletas do sol, feito cobra… tudo era mágico, tudo era contentamento, até o dia em que saímos de madrugada para voltarmos para casa. Nesse dia, nada de praia. Mas trouxemos na memória, imensa gratidão e saudades do mar… além de muitos "ais", porque era bastante incômodo encostarmos uns nos outros no aperto do Fusquinha!