FOI A ROMA E NÃO VIU O PAPA?

Naquela manhã há vinte anos, o telefone de casa tocou, atendi, era minha sobrinha nos desejando boa viagem, pois naquela noite, eu, minha mulher e meus filhos estaríamos embarcando para Frankfurt com destino final Roma.

Perguntei a ela se tinha visto o noticiário e ela me disse que não, quis contar a ela a grande novidade que eu tinha acabado de ter conhecimento, que foi o assassinato do Toninho do PT., então prefeito de Campinas, naquela noite, ainda no dia anterior, ela disse que não tinha ainda conhecimento desse ocorrido.

Não voltei a ver TV nem outro tipo de noticiário, ocupado que estava com outras coisas.

Às onze horas tomamos o ônibus na nossa cidade até o terminal rodoviário do Tietê em São Paulo, onde almoçamos e depois rumamos para o aeroporto de Guarulhos.

Nosso voo era às 22 horas daquele 11 de setembro de 2001.

Ficamos muitas horas no aeroporto, somente lá tivemos conhecimento do ataque terrorista nos Estados Unidos, mas não tínhamos detalhes de nada. Não havia nenhum aparelho de TV ou outro veículo informativo. Víamos os painéis de embarque informando o cancelamento dos voos para a América do Norte. O nosso voo aparecia confirmado.

Não sei precisar qual o horário, mas não foi muito tempo antes do nosso embarque, ouvi pelo serviço de som do aeroporto, que eu deveria comparecer ao balcão da TAM, para atender o telefonema por parte de um sobrinho de minha mulher. Ligou para tentar nos convencer a desistir da viagem. Estavam apavorados, pois acompanhavam os noticiários, coisa que felizmente não tínhamos ainda visto.

Embarcamos normalmente e somente nas bancas de jornais do aeroporto de Frankfurt, vimos as fotos estampadas e os textos em alemão. Continuamos sem entender por completo o noticiário.

Para nós valeu o dito: “É frustrante como ir a Roma e não ver o Papa”. Não vimos mesmo, ele teria ido para os Estados Unidos, era a informação.

Vinte anos se passaram, muita coisa aconteceu nesse período.

Dizem que a vida passa num piscar, mas se fôssemos relembrar ato por ato, certamente não concordaríamos com esse dito.