Crônica de um Louco III – Brasil na OPEP

           

           

            A Petrobrás achou petróleo. Lula nadará de braçadas no óleo negro que jorrará em Santos. Já quer entrar para a OPEP e reduzir os preços do líquido para os pobres – qualquer semelhança com dividendos políticos é apenas aparência. Lembra-me que também queria fazer parte do Conselho de (in)Segurança da Onu e eleger um Papa brasileiro. Conseguiu, pelo menos, sediar a Copa do Mundo – só falta querer jogar. De sobra, o legendário Hugo Chávez tirou casquinha – tenhamos cuidado!

 

            O problema do tal poço de Tupi é a profundidade: está quase esbarrando nos quintos dos infernos. E o capeta já deu o brado:

 

            – O petróleo é nosso, afinal, as caldeiras não podem parar de aquecer.

            O problema jurídico foi encaminhado ao Supremo que, nacionalmente, decidiu pela origem Tupiniquim. Quem disse que o Demo aceitou.

            – Exijo uma instância superior. – restava falar com Deus.

 

            Lula não quis ir, achou que era cedo para deixar o cargo. Resolveram fechar um acordo e o Senhor das Profundezas vai levar o seu quinhão.

            A propósito, esse cara anda trabalhando bem. O que foi aquilo na Cúpula Ibero-Americana?

            – Por que não se cala! – bradou o Rei da Espanha.

 

            O caudilho, bem ao estilo Chavez, o Chapolim, vestido de vermelho e querendo dar porrada em todo mundo, não parava de falar. E um tal de Daniel da Nicarágua ainda houve de defender. O encontro acabou em barraco armado.

 

            Já é hora de alguém dar o boné para o Hugo e dizer:

            – Hasta la vista baby!

 

            Falta coragem no cone sul. Também pudera, quem quer briga com um sujeito sentado em um barril de petróleo ao alcance da mão? E como dizia aquele sambinha:

 

            – O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais...

 

            Soube também que o Brasil vai comprar armas: helicópteros, tanques e aviões; sem falar nas armas leves. Teremos também um submarino nuclear, para verificar se tudo está bem na profundidade de Tupi.

 

            Antigamente eu acho que era de esquerda: defendia (e ainda defendo) liberdade de expressão, eleições livres, ética na política e livre iniciativa. Hoje, com a esquerda parecendo direita; acho que sou um direitista convicto – não guardo semelhança com o socialismo de Chavez ou o indianismo de Evo – a Bolívia se dissolve em gás natural.

 

            Armemos nossas fronteiras, ergamos muros na Amazônia que poderão ser depois pichados com “paz no mundo”.

 

            Para apimentar a crônica de mais uma semana atribulada, vejo uma quadrilha de jovens em altos postos sociais que traficava nas Universidades. Achavam que era natural, os filhos e filhas de papai e mamãe. Não luta a juventude pela igualdade social? Onde as bandeiras em prol do fim da corrupção política? E a geração de empregos, o bem estar social, a construção de uma sociedade justa e igualitária? Seria o Campus um local para gerar líderes que engajassem a nação rumo ao desenvolvimento. Vejo apenas filhos mimados de uma geração que não soube educar.

 

            Nisso, pergunto: para que servem as Universidades? Quem lá estuda? Quanto custa um diploma?

 

            – Neva nas Universidades. – chamem o Capitão Nascimento.

 

            Meu medo é que, com a popularização das condutas exibidas na Tropa de Elite (excelente), liberdades que nossa geração conquistou sejam pisoteadas porque nossos filhos não souberam preservá-las. Ditadura nunca!

 

            Hoje concordo com Lima Barreto que há mais de um século dizia que as universidades no Brasil serviam apenas para os filhos da elite ostentarem seus títulos de Bacharel. Sinto muito ter que concordar com ele.

 

            Hora de fechar para balanço.

 

            Um usuário, irritado comigo por não concordar com a liberação do uso , certa vez me disse que cerca de 60% dos universitários consomem drogas. Não sei se é verdade, caso seja, seguirei o conselho do Rei ao caudilho e, laconicamente, diante da derrota da moral: “eu me calo”...