A má concepção de autoridade
Ninguém é autoridade para sempre, sobretudo quem senta na cadeira do rei, achando que com isso se investe de realeza. Até mesmo o cardeal que, vestido de branco, descanse uns minutos no trono papal, torna-se Papa, especialmente se não tiver as características de virtude, tirocínio e carisma para pastorear as suas ovelhas. Ninguém é presidente por apenas lhe colocarem a faixa presidencial no pescoço, sobretudo se possuir tantas inaptidões avessas ao cargo ou muitas manifestações que lhe neguem a definição do que seja autoridade. Há circunstâncias, em que acontecem agrupamentos de interesses próprios ou um pregado temor à anarquia, o que é propício a promessas, em discursos maquinados, mesmo dizendo absurdos, mas consequentemente atraem quem se subordine a uma “falsa autoridade”.
A verdadeira autoridade a Filosofia chama de “autoridade ontológica” que, por si só, impõe-se e obtém respeito da consciente maioria. É como aquela, talvez teológica, que consagra tal função humana: “Toda autoridade emana de Deus”, porque somente Ele seria a fonte de autoridade, e é claro que nunca d’Ele viria qualquer indício de “falsa autoridade”. Aproveitaram as monarquias da Idade Média dessa conceituação. Um seminário que fiz em Paris, 1981, teve como objeto “Le Fondement Naturel de l’Autorité” ( O Fundamento Natural da Autoridade), quando também se abordou “La Crise de L’Autorité”. Também a verdadeira autoridade é aquela que escolhida, dentre as pessoas da comunidade, de acordo com as necessidades sociais e com as qualidades inerentes à função a que se destina, daí considerar-se “autoridade sociológica e econômica”, o que carece de se acompanhar com a “autoridade moral”, que segundo os costumes, é a autoridade que preserva os valores, trata-se do protótipo praticante desses valores, e sobretudo presta serviços e luta pelo “Bem Comum ou pelo ideal social” que consensualmente beneficie a todos.
A autoridade, em si ou por si, ao procurar integrar a ordem, respeita e faz respeitar todas as autoridades constituídas, não existindo então, entre elas, contradições de seus papéis. No caso, do nosso regime republicano e da harmonia dos três poderes, cuja tripartição, teorizada por Montesquieu, rigorosamente, deverá obedecer à Lei Maior do país, que é a nossa Constituição, consubstanciada a favor do Bem Comum. As lideranças desses três poderes devem, assim, animar-se a agir e a fazer agir, na força das palavras e nas atitudes, em prol do equilíbrio cidadão e da unificação; e jamais contrário, ser porta voz da desunião e do desequilíbrio.
A nossa “vontade autônoma” de se eleger uma “autoridade sã” é preconizada por Rousseau, Hobbes e Locke, como um voluntarismo político de acato aos poderes constituídos, construindo-se um acordo de vontades, o que seria a base de um cidadão “contrato social”. A falsa concepção de autoridade se restringe nas cabeças daqueles que, guiados pelo individualismo, elaboram a si, por força, a deturpada concepção do que seja autoridade, advogando a autonomia absoluta da vontade e do poder absoluto, não de uma vontade social e justa, que atenda às necessidades de todos. Esse tipo de vontade, sob os auspícios de uma autoridade mal concebida, vai contra os anseios democráticos, apelando pelo querer ou “a vontade numérica”, o que, geralmente, tende pretender um “estado de exceção” ou uma ditadura. Esses nefastos propósitos à democracia devem ser veemente rechaçados pela “vontade humana completamente autônoma”, que naturalmente escolhe, para o nosso país, a rejeição ao “golpismo” e a preferência pelo respeito às autoridades constituídas, conforme os termos da nossa Constituição. Legítima defesa é defender-se dentro da Lei, nossa democracia e nossa república têm direito à legitima defesa...
Ninguém é autoridade para sempre, sobretudo quem senta na cadeira do rei, achando que com isso se investe de realeza. Até mesmo o cardeal que, vestido de branco, descanse uns minutos no trono papal, torna-se Papa, especialmente se não tiver as características de virtude, tirocínio e carisma para pastorear as suas ovelhas. Ninguém é presidente por apenas lhe colocarem a faixa presidencial no pescoço, sobretudo se possuir tantas inaptidões avessas ao cargo ou muitas manifestações que lhe neguem a definição do que seja autoridade. Há circunstâncias, em que acontecem agrupamentos de interesses próprios ou um pregado temor à anarquia, o que é propício a promessas, em discursos maquinados, mesmo dizendo absurdos, mas consequentemente atraem quem se subordine a uma “falsa autoridade”.
A verdadeira autoridade a Filosofia chama de “autoridade ontológica” que, por si só, impõe-se e obtém respeito da consciente maioria. É como aquela, talvez teológica, que consagra tal função humana: “Toda autoridade emana de Deus”, porque somente Ele seria a fonte de autoridade, e é claro que nunca d’Ele viria qualquer indício de “falsa autoridade”. Aproveitaram as monarquias da Idade Média dessa conceituação. Um seminário que fiz em Paris, 1981, teve como objeto “Le Fondement Naturel de l’Autorité” ( O Fundamento Natural da Autoridade), quando também se abordou “La Crise de L’Autorité”. Também a verdadeira autoridade é aquela que escolhida, dentre as pessoas da comunidade, de acordo com as necessidades sociais e com as qualidades inerentes à função a que se destina, daí considerar-se “autoridade sociológica e econômica”, o que carece de se acompanhar com a “autoridade moral”, que segundo os costumes, é a autoridade que preserva os valores, trata-se do protótipo praticante desses valores, e sobretudo presta serviços e luta pelo “Bem Comum ou pelo ideal social” que consensualmente beneficie a todos.
A autoridade, em si ou por si, ao procurar integrar a ordem, respeita e faz respeitar todas as autoridades constituídas, não existindo então, entre elas, contradições de seus papéis. No caso, do nosso regime republicano e da harmonia dos três poderes, cuja tripartição, teorizada por Montesquieu, rigorosamente, deverá obedecer à Lei Maior do país, que é a nossa Constituição, consubstanciada a favor do Bem Comum. As lideranças desses três poderes devem, assim, animar-se a agir e a fazer agir, na força das palavras e nas atitudes, em prol do equilíbrio cidadão e da unificação; e jamais contrário, ser porta voz da desunião e do desequilíbrio.
A nossa “vontade autônoma” de se eleger uma “autoridade sã” é preconizada por Rousseau, Hobbes e Locke, como um voluntarismo político de acato aos poderes constituídos, construindo-se um acordo de vontades, o que seria a base de um cidadão “contrato social”. A falsa concepção de autoridade se restringe nas cabeças daqueles que, guiados pelo individualismo, elaboram a si, por força, a deturpada concepção do que seja autoridade, advogando a autonomia absoluta da vontade e do poder absoluto, não de uma vontade social e justa, que atenda às necessidades de todos. Esse tipo de vontade, sob os auspícios de uma autoridade mal concebida, vai contra os anseios democráticos, apelando pelo querer ou “a vontade numérica”, o que, geralmente, tende pretender um “estado de exceção” ou uma ditadura. Esses nefastos propósitos à democracia devem ser veemente rechaçados pela “vontade humana completamente autônoma”, que naturalmente escolhe, para o nosso país, a rejeição ao “golpismo” e a preferência pelo respeito às autoridades constituídas, conforme os termos da nossa Constituição. Legítima defesa é defender-se dentro da Lei, nossa democracia e nossa república têm direito à legitima defesa...