DOM E SUA EXCEDÊNCIA.

Por sua natureza o dom ultrapassa o mérito; a sua regra é a excedência. A verdade que é dom tal como a caridade é maior do que nós.” Santo Agostinho

Neste espaço se encontra a natureza da criação. O dom é excedência. É maior e escolha da criaçã sua concessão. O mérito fica contido diante do dom. Assim são explicados os grandes talentos, pelo dom.Ninguém criará dom que não tem.

Não há mérito verdadeiramente reconhecido, na sua expressão de grandeza mais significativa, que se entende e ajusta bem à singeleza, que não tenha origem no dom. Há mérito sem dom, mas não dom sem mérito. O dom sobrepuja, arrebata, envolve, apaixona.

Ninguém ascende a reconhecimento de nota, com projeção alargada, elástica, "blefando". Nunca ultrapassará pequeno sítio paroquial, quintal onde se reduz a vontade revoltada, convulsionada entre traumas e complexos. Só o dom abre portas.

Mérito define trabalho, esforço, não supre jamais a excedência do dom. Mérito é brisa suave, sopra trabalhada, mas não inspira força e superioridade como o furacão, que quer ser visto por todos pelo que traz de surpreendente e agregador.

Dom é fruto da natureza, concedido, não se constrói por trabalho e esforço meritórios.

DONS CONCEDIDOS ENRIQUECEM E LAPIDAM A VIDA, criando, movimentando e recuperando o pensamento. Vive-se essa cena de forma pessoal e social, com dons concedidos, naturais, personalíssimos, exclusivos e singulares, ou por esforço e trabalho.

Sociedades organizadas, mostra a historiografia, afastam os que estão à margem das regras mínimas ou sacralizadas pelo bem máximo; direitos e garantias individuais. Assim se movimentam.

Os que se põem em testilha a essa homogeneidade social protagonizada à margem do estamento construído, por cultos da personalidade de ordem pessoal ou não seguidas , investem na desgraça que se avizinha.

Reza-se para esperançar o dom da vida nos valores garantidos, que estruturam, sustentam e dão fôlego para prosseguir, sem mágoas ou ressentimentos dos desavindos, que levam ao limite o indesejável e fazem mal a todos.

Devemos desenvolver o mérito, e se agraciados formos, exercícios dos dons, mesmo diante e indistintamente dos que nada merecem e dirigem destinos de alguma forma, pois sempre há algo que suportamos na balança que rege o mundo, o pêndulo do bem e do mal.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/09/2021
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