"-Teje Preso!"
É que não dá para esquecer…
Até agora, aconteceu só uma vez. Foi durante essa CPI em curso que começou a puxar o fio desencapado, fio este que matou mais de meio milhão de brasileiros, e de repente, inadvertidamente, se viu com um novelo, ou melhor, uma novela nas mãos, uma nova versão do Cambalacho. Viu-se tanta coisa escondida, com o rabo à mostra, como o diabo, ardendo de culpa, que a única coisa que não se viu até agora foi a sombra de qualquer arrependimento.
Fico de olho nessa parcela do rebanho que está sendo arguida pela comissão parlamentar de inquérito e que diz caminhar pela mata verde sob o grande sol amarelo também. Essa parte de rebanho que supostamente e, segundo eles, faz parte do mesmo rebanho que circula nas ruas que eu e você andamos. Aí me vem a curiosidade de saber se por acaso eles estão vacinados e se teriam ido se vacinar antes de nós, naquela leva que foi ao exterior, visto que as vacinas estavam por lá sobrando, enquanto por aqui faltava. É uma curiosidade. Gostaria que a CPI pudesse pedir a eles essas provas, assim como saberem em que pastos circulam para me convencer que eles efetivamente acreditam na história da imunidade sem vacinação.
Por essas e outras me pergunto também sobre esse ‘brasileirismo’ todo que eles hasteiam. É que cada vez que os ouço falar ‘nossa bandeira‘ vejo que se apropriaram desse ‘nossa‘, sabendo que quase metade da população não votou na mesma pessoa que eles, Agora, então, mais ainda, já que perderam adesões com tanto crime se revelando.
E quando então usam a expressão ‘nosso povo’, me faz lembrar de um amigo que não era lá muito fã de samba, embora não fosse mal sujeito, que um dia. no grupo, se levantou, brincando, fingindo ir sambar, e bradou: “- vamos s’imbora meu povo!” Me veio algo que não sei explicar, pois foi como instinto, que surge e liga um radar. A sensação de que ele olhava para a gente de forma diferente. Na hora achei graça, e ele também, depois que lhe contei sobre o que senti, mas a verdade é que nessa expressão há um cheiro arrebitado de trauma monárquico…
quando somos povo,
não somos patrícios, compatriotas ou irmãos.
somos algo abaixo
Agora estão ameaçando um golpe. Ainda bem que é para o dia 7, é não 11, pois essa data é apocalítica. O sete, não. O sete é cabalístico, lembra malabarismo, algo incompreensível. Prevejo uma grande eletrocussão, isso sim, com tantos fios soltos não é para menos, mas o golpe do governo durante o seu governo em meio a uma CPI… é algo que me faz querer pegar a pipoca, assistir na tela o espetáculo e esperar outra cena do Omar Aziz dizendo no fim: “- Teje preso!”
Vou arriscar e publicar esse texto antes do dia anunciado, pois se estiver certa, ganho adesão no post, mas se estiver errada, vou me agarrar no primeiro jato fugindo de uma tribo fundamentalista de banho tomado.
Kawer