Em cima do muro
Em cima do muro, atinge-se um ponto de vista privilegiado, porque é nesta distância que se pode observar os dois lados de uma forma lógica e isenta de paixão. Nesta posição, consegue-se decidir com a razão com a emoção, o que serve e para a maioria.
Toda decisão, implica numa escolha e toda escolha está casada a identidade, a responsabilidade e, portanto, entre a direita e a esquerda escolhe-se aquela que se tem mais afinidade e melhor possibilidade de cumprir o que se espera.
Em cima do muro, entende-se que quem mora a direita, não percebe ou não quer perceber, o que acontece na esquerda, o que é feito, e assim, toda a evolução e as expectativas positivas proporcionadas, são ignoradas; o mesmo ocorre quando a esquerda está atuando. Todos se acham o máximo, os mais certos, os mais sinceros. São arrogantes com opiniões que não agregam e discriminam; fazem muito barulho para provar as razões, que na maioria das vezes, não é beneficiam a todos, por não unir o esperado ao realizado.
Em cima do muro, existe a neutralidade, concorda-se com uns, discorda-se de outros, julga-se de acordo com os resultados que se acredita ser positivo para o todos.
A razão é o lado do raciocínio, da imparcialidade e nada melhor que está em cima do muro para alcançar a real situação sem atacar, sem se envolver apaixonadamente. Tudo é dual nos pensamentos, nas atitudes; tudo pode ser certo, mas também tudo pode ser prejudicial para muitos.
Estar em cima do muro é como observar, de um ponto acima, como um olhar de um cérebro, ressaltando a ação de um corpo, avaliando os movimentos, apreendendo o comportamento do lado esquerdo em relação ao lado direito. Buscar a lógica de determinadas circunstâncias é com o lado esquerdo, mas inventar e criar melhores recursos para a arte da vida é com o lado direito. Ao conhecer melhor o cérebro, compreende-se a relação do lado direito com o esquerdo e adquire-se a consciência que, sem o lado direito o esquerdo não funciona bem, um depende do outro, pois existe uma forte conexão.
Em cima do muro não se faz o que se quer, faz-se o que se deve. Pode-se deixar que os outros pensem que manipulam, mas no final, o que importa é fazer o que se deve, eticamente, com humanidade e com bom senso.
E assim, em cima do muro, consegue-se mesclar a razão com a emoção sem se deixar cegar por nenhum dos lados. Nenhum lugar é completamente bom ou ruim, pode existir consenso e vontade de ceder, fazendo algo importante para tudo melhorar. Entre razão e emoção existe a consciência, o ideal que eleva. E por isso, quando o lado direito harmoniza com o esquerdo supera-se limitações e atinge-se a um lugar ideal, conquista-se o equilíbrio.