Luz no final do túnel?

 Não vejo mais harmonia entre os poderes deste país. Embora pareça haver certo entendimento entre os maiorais do parlamento, não acredito que de fato haja. Basta uma ideia divergente do que a maioria deseja ou planeja e pronto, a paz - que diga-se de passagem nunca existiu -  se desfaz rapidamente. 

Dentro do parlamento parece existir uma força oculta, exercendo influência na maioria dos que ali figuram. Determinando o que acontece ou não dentro da casa, qual projeto será votado e aprovado e qual vai para a gaveta do esquecimento. É uma verdadeira maquinação de um sistema muito em articulado, determinado o que cada engrenagem fará.

 A disputa pelo poder é grande, o duelo entre os, 'cabeças', parece não ter fim. É sempre a mesma coisa. Para tudo o que é votado parece haver uma moeda de troca - por assim dizer - " aprovo esse projeto se o meu partido tiver tal ministério", ou, se eu for beneficiado de alguma forma. Enfim, esses tipos de acordos sempre eram vistos por todos, ainda que, quase todos de forma estranha, ignorasse o que está nu diante de todos os olhos. Jornais noticiando o tempo todo essa falha de nosso parlamento, e ninguém parece se incomodar com os fatos.

 Hoje, temos a CPI, visando apurar erros, fraudes, corrupção e favorecimentos nas compras das vacinas. Nomearam alguns dos pares políticos para julgarem os supostos 'escândalos' e acharem os possíveis culpados de gastarem o que não deviam. Pois bem, é esse outro absurdo impossível de se compreender, uma vez que, aqueles que são responsáveis por julgar, também respondem há inúmeros processos na justiça por vários crimes. Aquele adágio popular que diz: " Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão", deve-se aplicar nesse caso também, com pequena modificação. " Ladrão que julga ladrão tem cem anos de perdão". 

Para que os senhores leitores entendam.  

 Essa semana, quando fui abastecer meu carro, pedi ao frentista a nota fiscal. De pronto ele concordou e foi buscá-la. Com a nota em mãos e os olhos já adestrados, direcionaram-se para onde se discrimina os impostos, tributos federais e estaduais. O imposto Federal sobre o combustível estava zerado, maravilha, mas, já o estadual, figurava-se na casa de mais de sete por cento. Ou seja, o governador do meu estado não quis zerar o imposto a exemplo do governo... E depois o presidente da república que é o culpado da gasolina estar com o preço nas nuvens.

 Não vejo resultado nem eficácia nas manifestações pelo país a favor disso ou daquilo, nem contra esse ou aquele. Quem determina tudo, o destino e a vida política dessa nação são justamente aqueles que, com o nosso voto, ocupam as cadeiras importantes do nosso parlamento. Para tudo é necessário votação e aprovação da maioria, e é justamente esse o segredo, a chave que abre todas as portas. Jamais 'eles', donos do dito 'poder', votaram qualquer coisa que os prejudique mais a frente ou que os seus comparsas e nem arranhar as suas imagens de bons samaritanos da nação. Perdoe meu pessimismo... Está difícil de acreditar que exista luz no final desse 'interminável' túnel.

( A.L )

Alberto de Andrade Lispector. ( A.L )
Enviado por Tiago Macedo Pena em 05/09/2021
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