Nem tudo serão flores no Planeta Jardim (introdução e contracapa) (*)

Crônicas de um futuro possível

CONTRACAPA

Daqui a 1.300 anos, como será nosso mundo? Carros voadores, tecnologias incríveis, cidades em órbita, naves espaciais mais velozes que a luz, robôs e inteligência artificial no controle, saúde em pílulas, cidades de cristal, zero pobreza?

Talvez não. Talvez a evolução siga um caminho diferente e a felicidade seja encontrada numa vida o mais simples possível, mínimo consumo de energia, muito tempo dedicado à contemplação, a rituais místicos e à jardinagem, como nos mosteiros.

INTRODUÇÃO

Daqui a 1.300 anos uma nova civilização terá substituído nosso mundo moderno, assim como este substituiu a Idade Média, que substituiu a era greco-romana, que sucedeu-se ao antigo Egito, à Babilônia, à Suméria.

No dia-a-dia, nosso modo de vida será praticamente igual: família, casa, trabalho, educação dos jovens, alimentação, diversão, política, problemas a resolver etc. etc. Mas terão se invertido os valores e os sentimentos das pessoas. O “sonho de consumo” mais típico não será um modelo de carro, uma mansão, uma conta bancária bem gorda, mas um canteiro de jardim ou de horta, para cultivar. O planeta inteiro, centímetro por centímetro, será um imenso jardim. A preocupação maior de cada pessoa, minuto a minuto, do nascimento à morte, será cultivar sua centelha divina e com ela iluminar o Cosmo.

Nesse mundo futuro, um cronista da década de 3.310 escreve suas impressões sobre o cotidiano de Apiabá (20.8 S, 47.5 O), uma cidade típica da “Era Atual”, ou “Era Nova”. As pessoas usam as tecnologias, amam o conhecimento, trabalham para sustentar a vida, mas procuram levar a vida mais simples possível, comparável à de um monastério, sem violências nem ganâncias, e dedicam a maior parte do tempo para o estudo, as práticas religiosas de todo tipo, educação dos jovens, a jardinagem, música e dança, artes em geral, esportes e lazer, trabalho, nessa ordem de prioridades.

"Nem tudo são flores no Planeta Jardim" é uma utopia, um exercício mental de imaginação de possíveis remédios para os grandes problemas sociais da atualidade: violência, doenças, fome, desigualdades, predação dos recursos naturais e dos humanos, preconceitos, indigência intelectual da maior parte da humanidade, inclusive de muitos que conseguem o acesso à prosperidade material mas não cultivam um canteiro de jardim e muito menos sua vida interior.

Nos dias de hoje, quando falamos de evolução humana e prosperidade, imaginamos grande riqueza, sofisticação tecnológica, hábitos que demandam quantidades absurdas de energia. A próxima etapa da evolução nos levará ao oposto disso: hábitos frugais, vida simples, mínimo consumo de energia.

Marco Antonio Mondini
Enviado por Marco Antonio Mondini em 03/09/2021
Reeditado em 23/04/2024
Código do texto: T7334692
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