PROFESSOR GOOGLE, O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES ("A menos que seu nome seja Google, pare de agir como se você soubesse de tudo." — Eduardo Costa)
Era uma vez, no tempo que chamamos de "velho normal", quando o celular era visto como um intruso na sala de aula. Eu me lembro de ouvir os professores dizerem: "Respeite os mais velhos, eles passaram na faculdade sem Google!" E assim, o aluno que não conseguia se separar do seu aparelho era prontamente retirado da sala.
Mas então, veio o "novo normal", e com ele, uma reviravolta de 180º. Agora, o aluno que não traz o celular para a aula é excluído! Isso me fez perceber que as convicções que antes eram defendidas com tanta certeza, eram apenas ilusões. As circunstâncias, afinal, moldam a escola.
No entanto, a luta continua. Em São Paulo, por exemplo, já estão querendo voltar a repressão, confiscando os aparelhos novamente. Isso me faz pensar: será que estamos realmente evoluindo?
E eu vou mais longe, questionando se algo realmente deu certo no sistema educacional até agora. A evolução chegou através do SIAP (Sistema Administrativo e Pedagógico), o professor que antes digitava apenas a nota do aluno, agora é obrigado a digitar as questões que ele acertou, uma por uma; Caed avaliação. E todas as inovações? O Novo Ensino Médio, a ressignificação, a chamada eletrônica, a inclusão social e digital, o ensino integral, Palma da mão; Pia; Netescola; PDE; Fortalecimento da EJA; Média 6,0; 209 dias letivos; Merenda em casa; LDB; Itinerários Formativos; Trilhas de Aprofundamento; etc... Todas se perderam, deixando o buraco ainda maior. Eram apenas remendos novos em tecido velho.
A verdade é que o sistema educacional se tornou um cabide de emprego. Quem entra e quer se dar bem, inventa algo supostamente novo e impõe para justificar sua função. Ou então, se submete "escravamente" às inovações, jogando-as de cima para baixo.
E então, veio a proposta das aulas síncronas. "Quem não pode com o inimigo, une-se a ele", pensei. Mas será que podemos realmente competir com o YouTube? Um aluno inteligente deixaria o conforto do lar, aos pés do Google, para se arriscar à violência das ruas e assistir a uma aula presencial de um professor que utiliza o Google?
No final das contas, o remédio ficou para trás. Tudo se conserta quando o cachorro volta o vômito, a comida não mais o intoxica. Como dizem os especialistas em "bosta": "quanto mais se mexe, mais fede!"
E assim, eu me pergunto: será que estamos realmente aprendendo com nossos erros, ou apenas repetindo-os em um ciclo interminável? Talvez a resposta esteja em olhar para trás, para o "velho normal", e entender que nem tudo que é novo é necessariamente melhor. E talvez, apenas talvez, a verdadeira evolução esteja em aprender a equilibrar o velho e o novo, em vez de simplesmente descartar um pelo outro. Porque no final das contas, a escola é feita de pessoas, e pessoas são mais do que apenas números em uma tela. Elas são seres humanos, com sonhos, esperanças e medos. E talvez, se começarmos a ver a educação dessa maneira, possamos finalmente começar a fazer a diferença.