A Independência de uns únicos
A proximidade do Dia da Independência carrega consigo os mais diversos convites para suas mais variadas finalidades, inclusive a de tornar tais festividades num caráter partidário ou numa estritamente ordem personalística. Contudo, nunca vi alguém taxá-lo de “Dia de Dom Pedro”, de “Getúlio Vargas” ou de “Juscelino Kubistchek”, tivessem eles prestígio ou não, em elevação ou em declínio, durante a chamada Semana da Pátria. O 7 de setembro é uma data cívica para comemoração nacional. Respeitosamente com a Bandeira Brasileira, empunhada por todos e todas, porque ela pertence aos brasileiros, independentemente de cor, religião, ideologia ou tendência partidária. Estranho o convite que assume o caráter do proselitismo partidário, com insinuações nazi-isolacionistas e inclusive incitantes ao ódio e não à confraternização da Pátria. Nesse sentido, dizem horrores, expressões como aquelas de 1930 a 1950...
Ontem mesmo, li nas redes sociais esses assuntos, anunciando apropriar-se do que é de todos: “No dia 7, vamos tomar a Paulista”... E continuava a esclarecer que “tomar” é não deixar que praças e logradouros públicos sejam nossos. Como não, no Dia da Independência? Preferencialmente, que a marcha seja uma só, mas o que fazer, se diferenciados são os sentimentos, pretendendo caminhar em sentidos antagônicos, em direções contrárias e subcontrárias? Mas em termos de independência, que o sentimento seja uno.
O grito de independência ou morte parece nos colocar num dilema: morrer ou ficar livre. Morrendo ou ficando livre, não se evita sofrimento ou sacrifício. Os tempos mudaram e continuarão mudando, como mudam e até desaparecem as águas dos rios, dos riachos. As do Riacho do Ipiranga como serão hoje, onde Dom Pedro I, “simbolicamente”, declarou a Independência do Brasil, esta que estamos a comemorar? Segundo os manuais escolares, desde então, “às margens do riacho Ipiranga, consideraram-se independentes de Portugal”. Ocorreu o grito, sem resistência do colonizador, ecoando e valendo, em todo o Brasil, do Chuí ao Oiapoque, levado pelos quatro ventos. Dizia-me a bela professora Francinete, do Grupo Escolar de Pilar: “Os laços e símbolos portugueses foram retirados do peito, como pintou o paraibano Pedro Américo”. Foi fácil, só faltava o grito que se empacava, tartamudo.
Mas, em relação às nossas condições econômicas ao capital estrangeiro, muito distante do além-mar, ainda somos dependentes... Não somente nós, mas também los hermanos sul-americanos, nas mesmas florestas, nas mesmas montanhas, mares e verde natureza. Dessa conscientização, elegeremos uma independência mais consistente e promissora. Uma independência que difere, em extensão e compreensão, da liberdade; mais real, maior resposta adequada às nossas questões socioeconômicas. São questões e causas sociais que sempre li, desde Alberto Tôrres. Nesse sentido, o mundo moderno insinua e propõe, com imposições artificiais e alienígenas à nossa cultura, o que se constitui, desde seu esboço, uma crise social contemporânea. Desde nosso dia 7 de setembro de 1822, nossa história política sofreu muitos transtornos quanto ao trato com nossos fatores de ordem econômica. Longe de qualquer otimismo sem visão, a independência que atualmente desfrutamos deve ser objeto, em suas qualidades e em seus defeitos, merecedor de muita análise e de desejo de que a independência alcance maior justiça, melhor distribuição social de saúde, segurança, habitação e educação. Ontem, era se libertar de Portugal, hoje, de qual jugo ou de quais jugos devemos nos libertar?
A proximidade do Dia da Independência carrega consigo os mais diversos convites para suas mais variadas finalidades, inclusive a de tornar tais festividades num caráter partidário ou numa estritamente ordem personalística. Contudo, nunca vi alguém taxá-lo de “Dia de Dom Pedro”, de “Getúlio Vargas” ou de “Juscelino Kubistchek”, tivessem eles prestígio ou não, em elevação ou em declínio, durante a chamada Semana da Pátria. O 7 de setembro é uma data cívica para comemoração nacional. Respeitosamente com a Bandeira Brasileira, empunhada por todos e todas, porque ela pertence aos brasileiros, independentemente de cor, religião, ideologia ou tendência partidária. Estranho o convite que assume o caráter do proselitismo partidário, com insinuações nazi-isolacionistas e inclusive incitantes ao ódio e não à confraternização da Pátria. Nesse sentido, dizem horrores, expressões como aquelas de 1930 a 1950...
Ontem mesmo, li nas redes sociais esses assuntos, anunciando apropriar-se do que é de todos: “No dia 7, vamos tomar a Paulista”... E continuava a esclarecer que “tomar” é não deixar que praças e logradouros públicos sejam nossos. Como não, no Dia da Independência? Preferencialmente, que a marcha seja uma só, mas o que fazer, se diferenciados são os sentimentos, pretendendo caminhar em sentidos antagônicos, em direções contrárias e subcontrárias? Mas em termos de independência, que o sentimento seja uno.
O grito de independência ou morte parece nos colocar num dilema: morrer ou ficar livre. Morrendo ou ficando livre, não se evita sofrimento ou sacrifício. Os tempos mudaram e continuarão mudando, como mudam e até desaparecem as águas dos rios, dos riachos. As do Riacho do Ipiranga como serão hoje, onde Dom Pedro I, “simbolicamente”, declarou a Independência do Brasil, esta que estamos a comemorar? Segundo os manuais escolares, desde então, “às margens do riacho Ipiranga, consideraram-se independentes de Portugal”. Ocorreu o grito, sem resistência do colonizador, ecoando e valendo, em todo o Brasil, do Chuí ao Oiapoque, levado pelos quatro ventos. Dizia-me a bela professora Francinete, do Grupo Escolar de Pilar: “Os laços e símbolos portugueses foram retirados do peito, como pintou o paraibano Pedro Américo”. Foi fácil, só faltava o grito que se empacava, tartamudo.
Mas, em relação às nossas condições econômicas ao capital estrangeiro, muito distante do além-mar, ainda somos dependentes... Não somente nós, mas também los hermanos sul-americanos, nas mesmas florestas, nas mesmas montanhas, mares e verde natureza. Dessa conscientização, elegeremos uma independência mais consistente e promissora. Uma independência que difere, em extensão e compreensão, da liberdade; mais real, maior resposta adequada às nossas questões socioeconômicas. São questões e causas sociais que sempre li, desde Alberto Tôrres. Nesse sentido, o mundo moderno insinua e propõe, com imposições artificiais e alienígenas à nossa cultura, o que se constitui, desde seu esboço, uma crise social contemporânea. Desde nosso dia 7 de setembro de 1822, nossa história política sofreu muitos transtornos quanto ao trato com nossos fatores de ordem econômica. Longe de qualquer otimismo sem visão, a independência que atualmente desfrutamos deve ser objeto, em suas qualidades e em seus defeitos, merecedor de muita análise e de desejo de que a independência alcance maior justiça, melhor distribuição social de saúde, segurança, habitação e educação. Ontem, era se libertar de Portugal, hoje, de qual jugo ou de quais jugos devemos nos libertar?