Sonho
Era sábado. Acordei cedo. Acabara de ter um sonho, um sonho que me deixou muito feliz. Fiquei durante todo o dia revivendo-o na minha cabeça. À tarde, abri o bloco de notas do celular e escrevi-o em sua total íntegra. Eu o zelei de todas as formas. Não contei a ninguém.
No sonho, eu estava no Maribondo (localidade que meus avós maternos moraram), em frente à porteira de um cercado utilizado para colocar bois. Era cedinho, o sol nascendo e eu tentava tirar uma foto daquela cena. Junto a isso, conseguia ver a minha avó, Cota, que estava perto da porteira, em pé, olhando também para o nascer do sol.
Tentei registrar aquela tão linda cena que ali se formava. Mas ela – minha avó – não aparecia de forma alguma na câmera. Eu realmente só conseguia vê-la por meio do meu olhar. Mesmo estando de costas para mim, ela estava diferente: magra, de cabelos brancos, porém longos, e em um vestido branco e comprido.
Ah, uma mensagem tão linda esse sonho me passou... Eu entendi tanta coisa com ele. Eu entendi que o fato de não conseguir registrar a foto com ela presente na cena me diz que muitas coisas devem ser vividas em toda a sua beleza, e que talvez não valha a pena registrar aquilo, porque há coisas que só nós e o nosso coração precisa saber e sentir. Eu entendi que, se eu quiser vê-la, tenho que sempre retornar à minha própria essência. Eu entendi que ali ela só precisava do “Dalmo” com toda a essência que ele tinha.
E tem mais coisas – eu sei que tem – que ainda estão por desabrochar de dentro do coração, no tempo certo, na hora certa.