Círculo vicioso

É possível fazer comparações entre as várias civilizações que floresceram, prosperaram e desapareceram. De algumas os arqueólogos sabem mais. De outras sabem menos. A maior incógnita sempre é a razão de desaparecem. Foi assim com os Incas. Foi assim com os Astecas. Foi assim com os faraós. Impérios que simplesmente ruíram.

A civilização humana que habita o planeta Terra parece seguir o mesmo script. Apenas com a impossibilidade de comparações. Ainda não temos parâmetros. Talvez, a melhor coisa que pode acontecer com a civilização humana é nunca encontrar parâmetros que possam nos mensurar. Poderia acelerar a nossa ruína.

Mesmo assim somos curiosos. Olhamos para as estrelas em busca de vestígios de outras civilizações. Chovem ficções narrando encontros. Devemos ter em mente, ao olhar para as estrelas sempre enxergarmos o passado. No Universo a regra pode ser a mesma. Na nossa ou em outras galáxias, civilizações floresceram, prosperaram e desapareceram.

A evolução da raça humana sempre foi baseada num círculo vicioso de avanços e retrocessos. A comprovação disto está escrita na História. Há períodos em que as mentes se fecham para retroceder. Há períodos em que as mentes se abrem para avançar. Esse processo quase sempre é ditado pelo poder e pelas crenças.

A Guerra Fria foi um período de retrocesso. No tabuleiro em que o capitalismo e o comunismo jogavam o xadrez do poder, as peças eram as armas nucleares. A extinção da raça humana esteve muito próxima de ocorrer. O que aconteceria se o planeta fosse jogado num “Inverno Nuclear” pode ser lido no livro escrito por Carl Sagan e Paul R. Ehrlich.

As mentes se abriram quando o Muro de Berlim foi ao chão. Quando o império soviético ruiu. A ciência foi desbravando novos campos fazendo a tecnologia mudar nossas vidas até então de forma impensável. O capitalismo transformou-se na única ideologia e religião em que todos os países do planeta de fato acreditam, sejam eles democráticos ou não.

Quando imaginávamos que a tecnologia nos manteria de olhos abertos, o viés do retrocesso entrou em cena. Além de escravos tecnológicos fomos vendados. A sombra do negacionismo das mudanças climáticas está tapando a luz. Estamos cegos para as desigualdades sociais. A intolerância está criando raízes profundas nas nossas telas.

A trilha desse retrocesso é marcada por rastros profundos e perigosos. Como abelhas do mal estamos contribuindo para polinizar o planeta com mentiras. Alimentamos o círculo vicioso. Sempre pagamos caro pelos nossos retrocessos. Não será diferente desta vez. Cedo ou tarde seguiremos a regra da extinção. Jamais seremos exceção.