Bicho homem é complicado - BVIW
Será que trocando de gênero eu seria mais importante? É uma pergunta a se considerar. Na sociedade patriarcal com certeza, pois existe o império da masculinidade, onde o homem é o todo poderoso, aquele que nasceu predestinado a mandar e abusar. Um anti-herói da vida real. Calma, não vamos generalizar, toda regra tem exceção, entretanto, a minoria é voto vencido. Roberto Carlos é esse cara apaixonado, romântico à moda antiga, do tipo que ainda manda flores, apesar de amar a cor azul. Vamos lá, vou pegar minha chance de trocar de gênero no imaginário e jaciaranear um pouquinho. Seria forte que nem Sansão e não deixaria rotular Dalila. Seria Virgulino, o lampião, sertanejo arretado, sem perder a cabeça por Maria Bonita, mas professando que tive no bando uma parceira de coragem. Seria Jesus Cristo, que foi crucificado numa cruz, mas choraria de dor, afinal, ele era de carne e osso, os homens também choram. Citaria inúmeros ícones da história, e mesmo assim, não teria a masculinidade tóxica. Pensando melhor, vou deletar essa ideia estapafúrdia, ser mulher faz mais sentido, sou dona da história, mando no meu corpo, e sexo frágil é trecho da música de Rita Lee. Se eu fosse homem teria que representar, controlar minhas emoções, fingir insensibilidade, subjugar para ter poder e fazer sexo deliberadamente para reforçar a masculinidade. Face ao exposto, reafirmo minha condição feminina, bicho homem é complicado.