PARA MINHA NORA. EXISTIMOS FAZ POUCO TEMPO.

EXISTIMOS FAZ POUCO TEMPO.

O tempo é vento e luz, a velocidade da luz é ponderável na imponderabilidade, é irmã do vento, no tempo.

Só existimos como espécie a 120 mil anos. O que é esse espaço temporal dentro da vasta celebração do tempo, que haure e exaure, revolto e avassalador? Um sopro...ùnica testemunha de tudo, das transformações do planeta onde a ciência faz afirmações capengas sobre o todo.

Nas mãos humanas escreveu-se a origem do tempo e do mundo, maiores inteligências decretaram: nada existe sem que algo exista antes. E vamos de passo em passo indagando o começo na vertigem abismal de nossa acanhada inteligência...os passos são poucos, a estrada interminável, o mergulho sem fim.....

A interferência do homem na natureza analogicamente às constatadas alterações cíclicas é desprezível.

A linguagem tão pretendida de arroubos explicativos, pobre linguagem, de tantos sábios do nada, tem só 60.000 anos. Que são 60.000 anos para quem nada pode explicar do começo? Nada.

...

Vale o conforto da busca na fé das certezas incertas, que explodem nas surpresas de uma existência breve...

Plantamos datam 12 mil anos, colhíamos e caçávamos, a inocência dava o tom de uma vida mais breve ainda, menos sofrida, sem disputas relevantes, sem glórias, gloríolas e vãs glórias, sem pensamentos salvacionistas para melhorar o convívio que piora, vontades que o egoísmo aborta...... . e sem teses desprovidas de concretude.

E vive-se no tropeço do temor das guerras sem controle, onde a pouca inocência existente sucumbe.

Perde-se a consciência no “Vale do Aflitos”, torturados pelo mal dos desejos que matam a infância, que roubam a educação, que esmagam a honestidade, que compram a virtude, que sacrificam a honradez, que antecipam a morte, que estupram os direitos na amarga corrupção que se alastra, peçonhenta e rasteira, cínica e desassombrada, cara lavada do caráter desavindo.

E existimos, datam só 120.000 anos…….e a NATUREZA É MUTANTE EM SEU PRÓPRIO PODER INTRÍNSECO E DESCONHECIDO COM LARGUEZA PELA POBRE INTELIGÊNCIA DO HOMEM.

Fiz essa crônica para minha nora Andrea, com uma tendência vegana e apaixonada pela natureza e pelo mundo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/08/2021
Reeditado em 29/08/2021
Código do texto: T7331015
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.