A minha terra.
Se ...
Se naquelas terras tivéssemos dado as mãos na hora certa, tomado consciência do direito à luta e defesa de nossos sonhos pelo acreditar d´um mundo “todos juntos”, se tivéssemos carregado no peito um alerta à maldade dos homens sem nos deixarmos abalar e atemorizar pelos poderosos da Revolução de Abril/dos Cravos , a revolução que depôs o Estado Novo, provavelmente ainda seriam terras nossas, de TODOS nós os lá nascidos e dos que lá aportaram e a amavam como sua.
Terminou o Salazarismo em Portugal , mas o que se teve depois para além de eternos corações saudosos? Famílias divididas, vidas desconstruídas e amigos reencontrando-se ao fim de meio século...
Quantas auroras ainda necessitaremos reivindicar e gritar alto, muito alto, para que nos ouçam dizer que erraram, absurdamente erraram e que brincaram com as nossas vidas?! Quantas vezes, por quanto tempo mais teremos vontade de afirmar que aquela era a nossa vida e que teria de ser respeitado.
Minha terra, quanta saudade de ti! Daqueles dias de paz, de teus pássaros e seus cantos, teu entardecer colorido suavemente junto ao Criador, teu amanhecer de esperança e do anoitecer à sombra das luzes do céu.
Um mundo lindo onde queríamos ver nossos filhos crescer, sonhar e honrar teu chão, tuas árvores e raízes com forças insuperáveis de amor, abraços e risos e sonhos que foram tão nossos?!
Faltou em nós, filhos da terra, a hora certa de acordar. Faltou-nos um despertar para a realidade.Talvez vivência , percepção da ganância e maldade dos homens! Apenas faltou isso! Falta desse entendimento, dessa “esperteza” para que pudéssemos sair vencedores mas não, nunca faltou amor por ela, pela nossa Angola!
Lana