Quando o sono some

Bem comum na minha vida, com os pensamentos que tomam conta de tudo em qualquer momento, nas madrugadas quando o sono vacila e toma um safanão, por não conseguir se impor e se manter no domínio durante aquelas paradinhas obrigatórias que mãe natureza criou para o nosso corpo, e nosso cérebro, obedecendo a ordem do conforto, nos obriga a caminhar numa hora que poderíamos continuar deitados, eu me levantar e ir escrever alguma coisa que surge na ideia. Às vezes sai algo que me agrada.

Houve um tempo em que a música para mim era espécie de entidade, que ficava muito longe da minha compreensão e muito mais de me considerar capaz de me aventurar nela.

Foi pensando nessas coisas que me vieram algumas lembranças e uns porquês que os psicólogos que se virem para explicar, mas não me preocupo com essas explicações.

Gostava de ouvir bons cantores, homens e mulheres, mas parece que as mulheres conseguiam tocar mais fundo na minha alma. O interessante é que eu fazia uma divisão nos estilos.

Elis Regina parece que ficava fora dessa divisão, qualquer coisa que vinha dela me agradava. No começo estranhava um pouco a música Upa Neguinho, mas eu era muito criança e xucro de tudo para querer entender, xucro ainda sou um tanto.

Quando eu estava mais para o romântico, Elizete Cardoso era uma deusa. Clara Nunes eu não sei explicar bem, era fantástica, gostava muito, os sambas que cantava parece que eram para ser apreciados ouvindo apaixonado, nunca sambando. A Beth Carvalho parece que já era pra sambar e cantar junto. Da Beth lembro bem das músicas Coisinha do Pai, https://www.youtube.com/watch?v=FJsm2zxK0Fo é que minha filha era menina e adorava quando eu cantava pra ela, e a Mil e Oitocentas Colinas, https://www.youtube.com/watch?v=P-aNARlsaJo porque ficava imaginando alguém subindo a pé mil e oitocentas colinas atrás de um amor, achava aquilo meio absurdo, eu não entendia direito mesmo das coisas. Depois conheci Mercedes Sosa, que considero, nas minhas preferências, no nível da Elis, que ainda acho imbatível.

Os cantores homens, são muitos e bons demais também, já listaria de cara uns dez, então fica pra outro momento, mas para quê?