O Credifarda.
Eulino era um típico malandro dos arredores da praça do Liceu Cearense, no bairro da Jacarecanga. Assim que se incorporou à Marinha de Guerra, conseguiu realizar um sonho: Conhecer o Rio de Janeiro e com a segurança de um emprego que atendia as necessidades mais básicas. Ele ia para lá com a segurança de onde morar e também comer.
Sempre observador e estimulado pela própria instituição que abraçara. Tornou – se um marujo safo, bem desenrolado.
Já na Escola de Aprendizes – Marinheiros, observou que seu talento na guitarra e no violão poderia lhe ajudar a ter privilégios, como o de não dar serviço e regressar na segunda – feira, às seis da manhã, após o Treinamento Físico Militar, na hora do banho e uniforme para o café da manhã.
Na viagem para o Rio de Janeiro, deu golpes com o talonário do Credifarda, dizendo que o cheque poderia ser descontado em um suposto banco da instituição. O negociante leigo acreditava. A função do cheque era manter a andaina do militar em dias; em lojas autorizadas pela Diretoria de Abastecimento a vender peças, somente lá o cheque era descontado.
Eulino aproveitou – se da ignorância dos comerciantes e se tornou um estilo notório, levando a boa - fé das pessoas inocentes. Mas um dia a casa cai. E foi descoberto e denunciado. A Marinha, ao descobrir o bandido, atuante, o processou e, em seguida, expulsou o militar de seus quadros.