Dalila, o pivô.
Este caso aconteceu na pensão de dona Amélia. A casa recebia a maior parte dos marujos que iam cursar para cabo no Quuartel de Marinheiros, eu era raríssima exceção. Estava no estabelecimento desde que cheguei no Rio de Janeiro, provindo da Escola de Aprendizes.
As filha de dona Amélia eram três e, com exceção de Nicole, obesa e mal feita até de feições, paravam o transito. Dalila e Domitila mais velha e caçula respectivamente; eram esta solteira e aquela casada com um suboficial da Marinha, prestes a fazer a prova para Auxiliar da Armada (alfa, alfa como são conhecidos estes oficiais provenientes de praça).
Tudo começou quando Danilo marinheiro do Quadro Suplementar de Taifa cujo o curso era cozinha, chegou. Natalense das Roca, era um cabra musculoso e atraente; de baixa estatura, porém. Praticamente de caratê, trouxera consigo um quimono e um par de chuteiras. Ao chegar foi recebido por Dalila na porta da pensão, enquanto esperava o marido para irem embora. A filha de dona Amélia ficou muito bem impressionada com o físico atraente do aluno de cozinha, um futuro taifeiro. E passou a frequentar ainda mais a casa da mãe a pretexto de dançar forró com Danilo.
A coisa evoluiu e os dois acabaram no motel e, antes aproveitando a situação favorável em que não havia ninguém na pensão, concretizaram ali mesmo aquele desejo insano. O nordestino, pouco acostumado aos hábitos da cidade grande, acabou se apaixonando e pôs tudo a perder, pois queria Dalila só para si. Casada e com três filhos pré – adolescentes. A mais velha de dona Amélia tentou contornar a situação, contudo não conseguiu.
O natalense comprou um revólver e matou, pelas costas, o sub com cinco tiros e logo em seguida cometeu o suicídio: com um tiro apenas no ouvido direito.