Povo... que povo?

Povo ... que povo?

Estou ficando velho! Ontem contrariei um amigo. Coisa atoa, ele só dizia “nós povo não vamos tolerar isto; nós povo vamos reagir”. Aí retruquei, povo não manda, povo não faz nada!

Esta minha implicância com povo já vem de longa data. Fico ouvindo analistas, políticos, influenciadores argumentando em nome do povo como se o povo fosse soberano, falácia, povo é só mais um constructo que embasa discursos políticos, mas nada significa.

Resolvi revisar meus conhecimentos antropológicos, políticos, mas são uma complicação que não cabem aqui: o conceito oscila entre as ideias de gente, nação, estratificação, amontoado, etnia, ignorância, ralé, e por aí afora.

Recorri à Constituição de 1988. É até bonito ver o texto original no www.planalto.gov.br, tão riscado está com as alterações das 109 Emendas e outros penduricalhos.

O famoso parágrafo único, do artigo primeiro, nada fala, aliás, fala a favor da minha ranzizagem, o povo não manda nada, quem manda é quem se arvora do título de representante do povo.

Povo é como meus bezerros nelores, medrosos, tão medrosos que chegam a ser ferozes. Tão medrosos que debandam para onde um berrante toca.

Joao dos Santos Leite
Enviado por Joao dos Santos Leite em 22/08/2021
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