Atroaldo, o escritor tortuoso 4

- Meu caro Atroaldo!

- Caro não, caríssimo! Escute aqui: É preciso mamonizar a petrolização!

- O quê?

- Está entendendo? Pense Soslaio, pense. Nós somos amigos de longada. Quer dizer: de longa data. Está vendo aquele posto de gasolina? Aquele homem procurando combustível. Aquele preço de combustível e aquele cara de concha caminhando em direção ao contador da bomba?

- Agora é que eu reparei... É meu irmão.

- Mudando o mérito da questão...Mudando... Reparou em quê? Soslaio acorda! A gasolina vem de onde?

- Do petróleo.

- O petróleo vem de onde?

- Dos animais pré-históricos?

- Soslaio você bebeu sopa de arqueologia. Mas o que é que é isso? Você precisa tomar chá de dinossauro na academia comigo.

- Atroaldo tem certeza de que a gasolina vem do caldo do dinossauro?

- Convenceu? Convenceu? A poluição é a vingança do dinossauro! Eles estão dizendo lá do passado remotíssimo: ah! Formigas gigantes? E vai que do cano da gasolina sai a polução da vingança...

(Soslaio se retira de cara feia)

- Soslaio volta!

- Vou pegar o meu carro antes que ele vire um monstro...

- Soslaio abre os livros, abre os livros. Eu sempre digo: “ler é bom, mas tem que ser sintético!”.