O Receio de Não Acertar
A turma de Enfermagem no ano de mil, novecentos e noventa; juntamente com as meninas do Curso Técnico, iniciava seu estágio pelos setores do Hospital Naval Marcílio Dias. Era o momento de pôr em prática tudo que aprenderam na sala de aula.
Ramon, um dos alunos da turma daquele ano, era um sério candidato a uma vaga no Terceiro Distrito Naval, pela proximidade de Natal, a sede, em relação a Fortaleza, onde morava sua família. O estágio estava sendo feito, com seu grupo na emergência e, para seu receio, um oficial intermediário,um capitão-tenente, impaciente, devido ao desconforto que sentia no estômago. A espera era por não ter sido diagnosticada a causa, da dor abdominal.
O boy sentiu – se, diante daquele quadro, intimidado, embora soubesse de cor todo o procedimento, se sentia inseguro pela primeira vez a ser pressionado na carreira, porém. E não queria atender. Um sargento – aluno, em fase de aperfeiçoamento, notou e se dirigiu ao marinheiro.
- O que está pegando? Porque não atende ao oficial?
- Chefe, ele pode me prejudicar; querer me prender.
- Deixa disso, Ramon! Disse ao aluno, lendo o nome da placa de identificação
-Vamos fazer o seguinte: eu acompanho e fiscalizo todo o procedimento. Pode ficar tranquilo, que tudo vai dar certo... você não tem uma formação teórica? É só aplicar, vamos! E foram de encontro ao mais antigo.
- Tenente, desculpe a demora. O boy aqui vai atende – lo, agora – disse o sargento aluno em tom brando.
Respirando fundo, após ter se persignado, o aluno pegou a receita para saber o que deveria adotar como procedimento. Depois se muniu do material a ser utilizado e colocou os apetrechos em uma cuba rim. Deu ¨Bom dia¨, ao capitão – tenente e sob as vistas do sargento – aluno, viu que era um exame laboratorial. Colocou o garrote, procurou a veia mais saliente e puncionou. Em questão de segundos o sangue fora colhido e encaminhado para o laboratório.
O sargento – aluno não se continha de alegria, mas mantinha - se em postura séria e circunspecta, aguardando pelo fim da punção. O boy agradecera muito ao mais antigo pela força.
- O mérito é todo seu! Parabéns! Foi perfeito, você pegou de primeira. E o sinal de que estudou pra valer, agora é só calma e pôr prática o que aprendeu.
Ramon, porém, sentiu – se grato pelo apoio. E, a partir de agora, é estudar mais como um bom profissional.