A favor da infidelidade!
Dias atrás estando reunido com um grupo de pessoas na academia de musculação, levantei essa questão que gerou a maior polêmica.
Disse que era a favor da infidelidade conjugal.
No mesmo momento todos olharam para mim atônitos e com ar de interrogação.
Alguns nervosamente se puseram a rir de canto, outros de cara começaram a me bombardear dizendo que achava aquilo só porque era um cara só, pois se estivesse casado não pensaria assim.
Eu disse que pensaria, como pensava e falaria a mesma coisa e minha parceira entenderia perfeitamente.
Aí que as pessoas ficaram mais curiosas ainda e achando graça de certa forma da afirmativa.
Comecei então a explicar o porque dizia aquilo.
Disse que era a favor da infidelidade porque ela só existiria se o casal não se amasse realmente.
Pois sabia porque tinha vivido isso, que quando se ama de forma plena não existirá jamais infidelidade não por pressão do parceiro ou da sociedade mas por uma convicção interior.
Ser infiel amando não é ser infiel ao parceiro mas sim a si mesmo porque não faz sentido nenhum procurar algo que pode prejudicar todo um estado de êxtase que se vive estando-se plenamente realizado.
Quando se está totalmente enamorado e amando não se enxerga, nem mesmo se vê ou escuta ninguém mais além da pessoa amada, aí e por isso não existirá jamais infidelidade nessa relação.
Agora se começamos a perceber outras pessoas, escutar ou desejar outras pessoas é porque o amor terminou e assim sendo não faz sentido a fidelidade a alguém, porque estaríamos sendo infiéis a nós mesmos o que seria muito pior.
E ainda que se ficasse fiel a um alguém fisicamente, isso de nada adiantaria pois mentalmente e espiritualmente que é muito mais importante, estaríamos sendo infiéis.
E mais, estaríamos sendo perversos e insinceros não somente com nosso par, mas muito mais conosco mesmos.
Portanto, por isso disse, sou a favor da infidelidade.
São José dos Campos SP em 2003