Não mate as borboletas pretas!
Não faça como Machado de Assis fez em A Borboleta Preta (Memórias Póstumas de Brás Cubas), que maleficamente e preconceituosamente abateu a pobre borboleta preta que inocentemente adentrara em seu quarto, na curiosidade de contemplar o que chamamos de humanos.
Que mal poderia fazer uma inofensiva borboleta, seja ela preta, azul, amarela?
Caso não fosse preta, será que teria sua existência poupada?
Talvez em algum segundo ele tenha caído em si, refletido que nada poderia lhe fazer de mal uma frágil borboleta.
E ainda numa débil tentativa vã, a pegou em seus dedos, a colocando em um lugar seguro...
Mas que para ela, já era tarde demais!
Seu corpinho delicado, já dava o último suspiro...
Ele então a jogou para fora do peitoral da janela, onde ela fora cair no lugar de onde nunca deveria ter saído, o jardim!
E devido ao ciclo da vida, as formigas logo vieram para abastecer sua provisão...
Foi aí que Machado de Assis fez uma breve reflexão: Que para ela seria bem melhor se tivesse nascido azul...
Que mal faz nascer de cores sombrias? Não ser tão bela? Tão colorida? Ou ser diferente?
Não deixam de ser Borboletas.
Não sejamos tão maldosos, deixem as borboletas pretas viverem! Elas assim como todas as outras, passam pela mesma transformação para se tornarem o que são!
E nos traz grande lição...
De que a diferença é mero detalhe por fora, que todos somos iguais por dentro. E que todos viemos do mesmo lugar e iremos para o mesmo!
Que podemos mudar, apesar das dores, e que no final desse esforço todo, seremos melhores...