Eu e talibã, tô fora
Falou em talibã, tô fora, não contem comigo. Prefiro ser brasileira, ecumênica, cristã, crente no kardecismo e sem burca. Gosto da liberdade, nem meu pai – um direita volver dos quatro costados – me segurou. Meu pai mandava com afeto e poucas vezes teve crises de fúria comigo, era um carioca dramático e afetuoso, filósofo, gremista e vascaíno. Meu pai era uma cruza de judeu com árabe, sábio, autodidata e genial. Ai que saudade do meu Jajá!!! Mas voltando ao talibã, jamais eu casaria com um alucinado daqueles, que usasse camisolão e bonezinho enterrado até os olhos. Com todos os camelos!! Meu pavor é tanto, que até me vejo numa cozinha descascando alho, fazendo quibe cru – chorando copiosamente –, com umas oito crianças berrando em volta. Imagino se eu dissesse que ia estudar, na certa, o Harrabibi me abaixaria o sarrafo e amaldiçoaria, eu e minha família, até a vigésima geração. Encontrar minhas amigas, ouvir música profana, seria a terceira guerra, na certa. Muitas vezes, eu amarelava ao avistar alguma aluna usando véu pelo campus da Universidade, mudava o rumo, seguia por outro caminho. Aluna de véu e mochila, então, me dava pânico, nunca se sabe o que tem dentro da mochila. Se eu casasse com camarada destes, na rua eu teria que andar alguns passos atrás do camisoludo, fim do mundo. O talibã afirma que as mulheres terão o direito de trabalhar e estudar, mas desde de que sigam as leis islâmicas, oi!!!¿¿¿ Como assim¿¿¿ (a droga da interrogação deve ser talibã, tá virada e eu não consigo botar para português). É truque, outro 171, as mulheres continuarão oprimidas. De máscara já me sufoco, de burca eu me mataria, direto. Só quero que Alá pese a mão em cima desses fanáticos cruéis. Que “as pulgas de mil camelos infestem” as partes mais inacessíveis do corpo de cada um. À derrière...