Fé ou Razão? A Escolha é Sua!
Aprendi, a duras penas, que a vida nos reserva surpresas a todo instante.
Quantas vezes eu já não me vi sozinho, embora rodeado dos meus amigos pescadores, no meio do mar lidando com a frustração da nossa empreitada de pesca em um dia que parecia tão promissor?
É frustrante acordar de madrugada, aparelhar as redes e sair para o mar alto carregando a esperança de trazer para casa o produto final do trabalho estafante e, de repente, retornar à praia com muito pouco e às vezes de mãos vazias!
Imagino que também para você, independentemente da sua atividade profissional deve ser frustrante ver desmoronarem os sonhos e aspirações acalentados com tanta esperança.
Exatamente por isso tornei-me pragmático e cresci assim. Aprendi a não contar com o peixe na mesa, sem que este não passasse antes pelo anzol ou ficasse preso à minha rede.
Eu tinha um pequeno grupo de amigos que também vivia da pesca. Na verdade, eles formavam uma pequena empresa familiar e eu trabalhava com eles. Éramos todos da Galileia e a nossa empresa abastecia o mercado de peixe das cidades que ficavam à margem do mar da Galileia ou, mar de Tiberíades como também era conhecido.
Uma curiosidade acerca do nosso local de trabalho ou, o mar de Galiléia, é que ele se situa a 212 metros abaixo do nível do Grande Mar ou, do Mar Mediterrâneo e isto tornava a nossa tarefa um pouco mais complicada porque, se a pesca fosse muito produtiva teríamos que subir as encostas íngremes da Galiléia para transportar o produto do nosso trabalho até o mercado de peixe.
Assim transcorreu a minha vida, até aquele dia em que um dos meus amigos, Natanael, apresentou-me àquele galileu apelidado de Nazareno do qual, diziam, tinha poderes mágicos e que estava realizando curas sobrenaturais, sempre acompanhado de uma multidão ávida para receber algum benefício.
Eu nem mesmo consigo explicar como tudo aconteceu. O fato é que dentro de pouco tempo eu me vi seguindo-o pelas estradas, vilas e cidades e, o mais inusitado é que, comigo, outros amigos também passaram a segui-lo. Lembro de ter perguntado ao meu amigo Pedro, por que razão ele deixara a sua atividade pesqueira para seguir o Galileu, e a resposta foi que Jesus lhe dissera e aos outros que estavam com ele: "Vinde após mim e eu os farei pescadores de homens."
Bem, eu precisava me certificar de que aquilo que as pessoas falavam do tal Jesus de Nazaré correspondia aos fatos. A minha cabeça funcionava desse jeito e eu não sabia como agir de maneira diferente.
Já pensou? Eu me desiludir e me frustrar mais uma vez enredado pelo engano e pelo misticismo? Não, se Jesus era o que diziam que ele era, então ele teria que provar isso para mim e por esta razão decidi seguir-lhe os passos.
Sabe, eu tenho um irmão gêmeo e por isso me chamam de Tomé, o dídimo. Falei com ele para seguirmos juntos ao lado dos seus discípulos, mas ele preferiu permanecer na empresa de pesca com o Zebedeu, pois até os filhos deste passaram a integrar o grupo de discípulos mais próximos de Jesus.
Tudo corria bem até que um dos nossos, o Judas de Queriote resolveu trair a confiança do Mestre e de todos nós, entregando Jesus às autoridades do nosso povo que, após um julgamento injusto e apressado o condenaram à morte. Ele foi crucificado pelo Império Romano ladeado por dois malfeitores no alto do monte que, na verdade, era uma pequena elevação bastante próxima à cidade de Jerusalém apelidada de Monte da Caveira.
Você consegue perceber a minha grande frustração, outra vez?
Dediquei três anos da minha vida seguindo aquele de quem se dizia era o rei dos judeus e, agora, ele morrera e estava sepultado em um sepulcro que nem era dele; fora-lhe emprestado.
Frustrado, decidi retornar à minha antiga profissão, mas percebi a ausência de Pedro, de Natanael e dos irmãos Tiago e João. Fui procurá-los para saber alguma notícia do rebuliço que acontecera em Jerusalém naqueles dias e eles me disseram que Jesus havia ressuscitado e aparecera a eles quando estavam reunidos no cenáculo, com medo dos judeus.
Claro que a minha primeira reação foi dizer a eles que eu não acreditava e que só mudaria a minha opinião se eu mesmo colocasse o meu dedo nos sinais dos pregos que foram cravados nas suas mãos e no sinal do ferimento feito pelo soldado com uma lança no seu abdômen enquanto ele estava pendurado na cruz. Dei as costas e saí, ainda muito entristecido com o fato de não ter estado com eles para ter certeza de que Jesus ressuscitara dentre os mortos.
Eu pensava: "É claro que isto é uma impossibilidade! Mas, se ele ressuscitara o amigo Lázaro, será que não poderia fazer o mesmo consigo?"
Na semana seguinte voltei ao cenáculo para tirar as minhas dúvidas conversando com o Pedro. Ali estava eu novamente, quando repentinamente o Mestre surgiu em nosso meio, embora portas e janelas estivessem trancadas. Ele se dirigiu a mim, mostrou-me suas mãos e disse: "Tomé, fique à vontade para tocar nos sinais dos pregos. Sou eu mesmo, veja. Um espírito não possui carne e ossos como você está me vendo. Tomé, você não pode deixar que o pragmatismo te impeça de crer em mim. Não seja incrédulo, mas creia que, de fato, sou o Filho de Deus, o Salvador, o Messias Prometido conforme os profetas falaram há séculos."
Minha única reação possível diante de tudo que compreendi naquele instante sobre Jesus, foi ajoelhar-me aos seus pés e reconhecê-lo como meu Mestre, meu Salvador, o Filho do único e verdadeiro Deus que não me rejeitara por causa da minha fraqueza, mas que inundara o meu coração de esperança, paz e alegria imensa porque Ele estava vivo.
Pois bem, isto já aconteceu há algum tempo, mas e quanto a você que está lendo as minhas memórias?
O que pensa fazer depois de saber por mim mesmo, fonte primária da história de Jesus ressuscitado; o que você pensa fazer com esta verdade?
Meu amigo.
Creia que Ele existe!
Creia que Ele venceu a morte e a sepultura!
Creia nele como o Messias, o Ungido de Deus que deu a própria vida numa demonstração evidente do amor de Deus pelo ser humano.
Lembre-se de que o seu raciocínio e a sua intelectualidade podem te conduzir por dois caminhos, e a escolha sempre será sua. Você pode escolher a razão, o pragmatismo e tentar se desviar da realidade da vida abundante em Jesus.
Mas você pode simplesmente crer na pessoa de Jesus e dedicar os anos que te restam seguindo a Verdade revelada por Ele como manifestação do amor de Deus por você.
Como disse, a escolha sempre será sua, mas, quer saber?
Escolha a Vida! Escolha Jesus e use a sua intelectualidade a serviço dEle anunciando que Ele está vivo e oferece perdão e amor a todos que o buscarem.
Deus te abençoe.
Pr. Oniel Prado
Inverno de 2021
15/08/2021
Brasília - DF