ESVAZIAMENTO, MEU PECADO IMPOSTO ("A comunhão com o outro acontece no esvaziamento de si mesmo." — Tarik Markov)
Hoje, neste domingão, eu em quarentena, estou duplamente reservado e reflexivo, e sinto um despertar de meu lado afetuoso pela necessidade que produz a solidão. Todavia, não posso me doar e nem receber afeto. Como eu gostaria de abrir meu coração para uma pessoa que mereça confiança. Preciso desabafar para alguém ou escutar desabafos, assim participando da sociedade! As obrigações nos fazem antissociais.
Ando muito na defensiva com relação a meus sentimentos. Namorar nem pensar! O profeta Kacou Philippe diz que essa relação é pecaminosa. Será que se eu for sincero, atrairei a compreensão de alguma mulher que ainda acredita no amor verdadeiro? Elas querem dinheiro, já percebi, será que precisa pagar para apenas socializar. Que proveito terão numa relação como um velho feio e pobre? Sem lucro não se ama.
Conversar, aprender juntos, consolidar o que nos poderá unir, isso é possível e aceitável virtualmente, mas também estou cansado disso. Dois anos de pandemia, ainda estou só..., Mas, uma coisa é proveitosa, aprendi a confiar na internet. Ainda bem que não estou perdido no caminho e não quero voltar, pois eu era infeliz e não sabia! "Está ruim, mas está bom".
O buraco negro da nossa vida, onde se tem sede de Deus, não é saciada com a presença dos pais. Que amigos e filhos alguns atenderiam essa necessidade? Agora sou pai, por isso deixei de ser somente filho, eles somente nos alegram enquanto estamos satisfazendo seus interesses. As decepções de pai agora as conheço muito bem, são muito dolorosas, então é mais que justo, Deus cobrar a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração.
Preciso de uma "mãe de peito"! Daquelas que amamentam a gente na infância, quando mãe não podia. As minhas já morreram todas: outro tipo de solidão, fúnebre. Meu pecado descreveu Charles Canela: "Se a sensação que fica é de esvaziamento ao se dar, está dando o que não pode." (CiFA