UMA FARMÁCIA E LEMBRAÇAS... 09h10min.

Aqui, finalmente choveu, uma chuva persistente, tomara que ajude um pouco para melhorar os níveis dos nossos reservatórios, pois estamos num rodízio, “brabo”, 36x36, 36 horas com água e 36 sem...

Nosso subconsciente é uma “caixinha” de mistérios, pois evidenciamos fatos, como se eles estivessem acontecendo novamente...

Nestes quase 50 anos de lidas no setor farmacêuticos, temos muitas “histórias”, pois sempre houve aqueles clientes especiais, que acabaram tendo laços de amizade conosco, foi o que aconteceu neste caso.

O pai viera da cidade de União da Vitória, cidade catarinense, que faz divisa com Porto União, cidade paranaense cuja divisão é uma linha férrea. para nossa cidade no começo dos anos 60, comprou um modesto imóvel, com uma casa de madeira, a parte da frente adaptou para fazer sua farmácia. Naqueles idos tempos, a concorrência era menor, pois não havia as grandes redes de hoje.

Pessoa extremamente capacitada na profissão que abraçara, foi angariando uma fiel clientela, que confiavam nos seus diagnósticos, para as doenças mais simples, dava a medicação e rapidamente o paciente se recuperava.

O local até se tornava pequeno, pelo seu trabalho honesto a clientela ia aumentando, nas proximidades acabou comprando um terreno, com muito esforço, construiu um imóvel de dois andares, na parte de baixo, uma ampla farmácia, com amplo estacionamento e em cima fez sua moradia. Além de sua clientela habitual, tinha, eventualmente os caminhoneiros que buscavam alguma ajuda, pois o novo estabelecimento, ficava defronte a Br. 116

Os negócios prosperavam a olhos vistos, agora já com a ajuda do filho, que seguira os passos do pai, o esposo de sua filha, também vieram trabalhar com ele, eram perto de 10 colaboradores, que funcionavam de segunda a domingo...

Com o decorrer da idade, foi se cansando das lidas de muitos anos, delegando ao filho totalmente a administração da empresa, o filho com a dedicada esposa, prosseguiriam por muitos anos, levando a “bandeira” levantada pelo pai.

Inúmeras vezes a esposa dele nos ligou em pleno domingo, pedindo “socorro”, pois estava sem o medicamento x, de pronto íamos levar...

Em setembro de 1998, tivemos que parar nossas lidas de comércio, em razão de uma portaria de FHC, a sede da distribuidora não poderia ficar no mesmo terreno da residência do proprietário, na data mencionada paramos, pois teríamos que nos mudar, pagar aluguel e contratar um farmacêutico, muito embora não fizéssemos qualquer tipo de manipulação ou vendêssemos produtos controlado, isto tornou inviável dar prosseguimento...

Tempos depois ficamos sabendo que este amigo vendera a farmácia junto com imóvel. Montou uma farmácia bem modesta num bairro mais distante do antigo local...

Certa ocasião, estávamos voltando para casa de ônibus, casualmente encontramos com seu pai, que nos reconheceu prontamente, conversamos, quando nos contou que seu filho havia se separado da esposa, - tinham um casal de filhos -, e acabou se juntando com uma mulher com quatro filhos....

Não muito tempo depois ficamos sabendo que havia falecido, com um problema cardiovascular com apenas 63 anos.

É vida, com seus nuances, uns bons e outros nem tanto, mas isto não apagou as boas lembranças de anos de convivência, certa ocasião falando com ele, dizíamos que precisávamos vender um carro, prontamente nos ajudou, em outra ocasião nos ofertou uma moto seminova, quanto ao pagamento? Poderia ser feito em mercadorias da empresa... 10h07min.

Curitiba, 14 de agosto de 2021 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 14/08/2021
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