VIVER OUTRA DIMENSÃO. É POSSÍVEL?
Muitos viveram e vivem outra dimensão. Qual o significado disso e como fazê-lo?
É preciso ser um monge isolado nas montanhas, um artista envolvido exclusivamente com sua criação, um ser “sui generis”?
Não, variadas formas de vida, de ser vida, vivem outra dimensão com simplicidade se afastando do burburinho que não tem remédios suficientes, mistura comprometedora dos sentidos.
Muitos afastam-se precocemente até mesmo de funções sociais envolventes, relevantes e determinantes de condutores sociais, por não mais acreditarem nas rápidas soluções humanas idealizadas.
Retiram-se de uma certa forma, compartilham observando, as vezes participam do todo, a certa distância, em reduzidos convívios.
Não é preciso ser um “sadhu”, um santo indiano de despojamento total e poucas letras, simples e pobre, nem um abonado cidadão que não mais se preocupa com rendas ou sobrevivência, nem ter a genialidade de um KANT que viveu isolado em sua pequena Konisberg, sem de lá sair, e mudou o mundo das letras, nem buscar outras dimensões em caminhadas nas fraldas do Himalaia, necessita-se apenas de vontade e visão da floresta social, vendo todas as árvores, não uma só ou algumas, pensar sobre esse todo, absorto e objetivo, liberdade de pensar, frio analista, sem desvios da correção em ser sincero com o que vê.
É o bastante para captar um pouco de felicidade na maior visibilidade.
Verá prontamente uma dimensão que não agrada embora por ela lute toda a humanidade. Há um querer sem ceder.
Assim se faz a opção por outra dimensão, só sua e de alguns, com paz, serenidade e luz que abre um pouco mais a porta do entendimento, primeiro passo para levar à porta larga da compreensão.
É desse mundo que não pretenderá mais sair, e embora não desdenhe da futilidade dos fúteis, respeitando-os e ajudando-os na proporção do alcance, afastará de sua proximidade toda a ordem que se alinha nessa raiz.
Viverá mais só e mais se enriquecerá, esta a moeda do coração que não pede troco nem troca. Está em outra dimensão.
É a dimensão que desagrada a muitos por ser íntima da verdade que faz crescer, longe dos interesses pequenos que movem toda a floresta onde somente árvores são enxergadas por tal dimensionamento anão.
TEXTO DE 2009. REEDITADO.