Mini crônica: A parede

Agora sim! As paredes da casa ficaram lindas! A pintura nova realçava o espaço dos cômodos tornando-os maiores do que realmente eram. A dona da casa estava em êxtase!

No outro dia bem cedo, ouviu-se um grito de terror. Vinha da sala. O marido pulou da cama e correu para ver o que estava acontecendo. Encontrou a mulher paralisada no meio da sala .

— O que foi mulher? — perguntou .

— Gabriel riscou a parede! Sujou a parede novinha!

O marido foi acordar o menino para chamar a sua atenção. Foi mais por obrigação do que por vontade própria — para acalmar a mulher.

— Gabriel por que você sujou a parede que acabamos de pintar ontem?

— Não sujei a parede papai!

— Então quem foi que escreveu aquela frase lá na parede da sala?

— A frase fui eu, mas a sujeira não!

— Mas menino, a sujeira a qual estou me referindo é justamente a sua frase!

— Desculpe papai . Eu não sabia que escrever na parede era a mesma coisa que sujá-la. Desculpe. Achei que vocês fossem gostar da frase que escrevi. Desculpe.

— Gostar da frase? — perguntou meio sem graça o pai, pois, com a confusão toda nem havia lido o que o filho havia escrito na parede. Então retornou à sala e leu a frase escrita com um lápis de cera azul na parede branca:

“Papai e mamãe eu amo vocês.” . Chamou a mulher que havia ido buscar uma bucha na cozinha para limpar a “sujeira” da parede e lhe a frase em azul.