O Velho Carpinteiro!

Outro dia eu estava finalizando um dos trabalhos em minha tenda quando me vi pensando nos últimos acontecimentos que me surpreenderam e impactaram a minha vida.

Eu já não era mais um jovem, romântico e sonhador como a grande maioria dos jovens da minha nação. Os anos foram passando e eu nem me preocupei com a perpetuação do nome da minha família que, desde sempre esteve ligada à genealogia de personalidades importantes do meu povo.

De fato, quarenta e duas gerações se passaram desde o nosso pai Abraão até mim e não seria eu a interromper essa sucessão. Por esta razão, mesmo já tendo passado os meus tempos de juventude, decidi me relacionar com uma jovem que conheci em minha cidade. Procurei a sua família, cumpri o meu compromisso de oferecer o dote para o casamento conforme a nossa cultura e a recebi como minha prometida para, no devido tempo celebrar a nossa cerimônia de casamento.

Alguns dias se passaram até que um acontecimento inusitado quase transtornou todos os meus planos. Eu estava na minha tenda envolvido no meu trabalho quando a minha prometida chegou a mim para me dizer que estava grávida e que eu seria pai!

Aquela revelação da minha noiva me trouxe à memória a história dos meus antepassados que, mesmo com idade avançada ou, noutros casos pela infertilidade das suas esposas como foi o caso do pai Abraão, Isaque e Jacó, mesmo assim tiveram o seu nome e as suas famílias assegurados segundo as promessas do Eterno.

Mas, eu não poderia fugir da minha responsabilidade de esclarecer tudo o que estava acontecendo. Conversei com ela e ela me relatou a experiência espiritual que tivera incluindo a notícia de que ficaria grávida. Era uma situação embaraçosa e, embora as obrigações culturais e o temor das más-línguas me pressionassem para uma tomada de decisão bastante radical, eu ainda pensaria numa solução que não a expusesse e que não colocasse a vida e a reputação dela em risco.

Mesmo assim, como explicar para a sociedade uma gravidez a que eu não tivesse dado causa? Teria a sociedade compaixão dela?

Absorto em meus pensamentos, quase nem percebi que o sol já declinara e a noite já descera sobre a cidade. Fechei a minha tenda e fui para casa. Deitado em minha cama o meu coração temente a Deus levou -me a refletir e, então, percebi o sopro do Todo-poderoso em minha mente levando-me à seguinte decisão.

Por que não receber Maria como minha mulher? Afinal, o que estava acontecendo tinha a sua explicação no imponderável, exatamente como acontecera com o pai Abraão e sua esposa Sara cuja idade avançada não foi um impedimento para terem o seu filho Isaque, conforme prometera o Eterno. E mais, no meu coração ouvi a voz do Eterno que me dizia que o nome do bebê deveria ser Jesus, pois seria ele o Salvador do meu povo.

De imediato, sentei em minha cama e busquei compreender aquela experiência para chegar à conclusão de que fora Deus que enviara um mensageiro seu para falar comigo, tirar as minhas dúvidas e me orientar sobre o que fazer.

No dia seguinte, corri à casa da família da minha noiva e a recebi como minha mulher, crendo não apenas na sua inocência, mas também no seu caráter justo diante de Deus e dos homens. Alguns meses depois nasceu Jesus e eu me tornei pai daquele que era o próprio cumprimento da profecia sobre a vinda de Emanuel ou, o Messias Prometido.

Este foi o meu primeiro contato com Jesus de Nazaré. Ainda uma promessa; ainda uma gravidez explicada pelo imponderável, mas bastante real para mim.

Tudo isso parece ser muito fantasioso, não é mesmo? Você deve estar se perguntando: Como pode, uma mulher engravidar sem ter relação sexual com homem algum? Como pode, para cumprimento de uma profecia, uma mulher virgem conceber e dar à luz um filho?

Deixe-me dizer algo: a cultura ocidental da qual fazemos parte há muito que deixou de perceber a existência do mundo espiritual onde se sucedem a todo momento as ações que o raciocínio humano não consegue explicar. Essa mesma cultura que se afirma detentora de todo o conhecimento reconhecendo apenas a ciência como razão da existência humana, até hoje não conseguiu explicar a origem da vida. Tudo o que há são  apenas teorias para tentar explicar o que já existia antes da forma real das coisas existentes.

Então, por que não admitir a existência do Deus Eterno, Criador de tudo o que há, na sua origem?

Ora, eu sou José que durante a maior parte da minha vida, à semelhança e conforme a tradição da minha família exerci a profissão de artífice de carpintaria, exatamente como os meus antepassados que foram os artesãos que trabalharam no entalhe de toda a construção em madeira, das peças do templo de Salomão. Aprendi, pela experiência, a dar forma à madeira entalhada na minha humilde oficina, mas aprendi também que jamais conseguiria trazer à existência nenhum arbusto que me servisse de material para a minha arte.

Por esta razão, creio na existência do Deus Eterno que não precisa dar a mim nenhuma explicação acerca da sua onipotência ou da sua soberania. Apenas creio nEle como o Eterno que prometeu e que cumpriu a Sua Palavra revelando Jesus ao mundo, à revelia de toda a pseudo autoridade da ciência e do conhecimento humano.

É difícil simplesmente aceitar isso? Quer um conselho?

Permita-se um tempo de reflexão e peça a Ele que ilumine o seu coração tirando as suas dúvidas e te orientando no caminho que você deve seguir.

Deus te abençoe!

Pr. Oniel Prado

Inverno de 2021

08/08/2021

Brasília - DF

Oniel Prado
Enviado por Oniel Prado em 09/08/2021
Reeditado em 25/10/2021
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