O Soco Suicida.
Girardo cursou Enfermagem comigo e até conseguiu uma namorada no curso técnico com quem mantinha o relacionamento, mesmo servindo na Bahia. Eu, ao saber que seu navio chegara para o PMR, Período de Manutenção e Reparos, no Arsenal de Marinha fui atrás dele. A corveta em que servia teria o casco limpo e pintado.
A função da corveta, no teatro de batalha, com fundo de madeira quer instala minas quer as desarma as numa batalha naval. O lema não poderia ser mais adequado: “onde a Esquadra passa, nós já passamos”.
Foi uma festa, quando nos reencontramos. Rg no bolso, convidei para um soco suicida pela cidade. O passeio sem rumo era garantido pelo pagamento daquele mês que tinha acabado de sair.
O Girardo queria conhecer a Estudantina. Falou que um de seus campanhas fez a recomendação. E eu o levei até lá na praça Tiradentes. Eu avisei logo para não estranhar que o local tinha preço de turistas, quer na entrada quer no consumo. Ele adorou a visita e, ao terminar o baile, fomos para a praça Mauá a uma boate onde encontramos outros marinheiros.
Tinha a noitada por acabada ele já ia para o navio. E eu pedi que tivesse paciência e levei – o para o alojamento das OMAs,, Organizaçõs Militares Apoiadas, falamos primeiro com o contramestre de serviço e ele nos deixou entrar; antes, porém, registrou nossa entrada. Ali, dormimos e acordamos com o café da manhã. Depois ele me deixou e regressou para a corveta.