A BUNDÓLOGA
Vivendo e aprendendo. Há pouco tempo fiquei sabendo que a sensitiva inglesa Sandra Amos é capaz de ler a bunda das pessoas. Não ria, o assunto é sério. Muitos clientes atestaram o acerto de suas previsões. E ela explica, didaticamente: “Todos carregamos nosso futuro escrito no traseiro. Mais do que isso, é como se ele fosse uma enciclopédia da nossa vida. A nádega esquerda expressa o passado, enquanto o futuro está ali mesmo, entre carne, músculo e celulite, do lado direito.”
Ou seja, assim como o cérebro tem dois hemisférios e cada um exerce uma função, os flancos do nosso traseiro também têm registros diferentes. Quando você repousa numa cadeira, por exemplo, está sentando em cima do seu passado e do seu futuro.
Com “anos” de experiência (o trocadilho é inevitável), Sandra esclarece que os babilônios, os antigos gregos e romanos já praticavam essa técnica pra lá de curiosa: ler bundas. Eu nunca soube disso. Quer dizer então que, se o herói Ulisses tivesse consultado uma vidente dessas na época, ele saberia com antecedência que nem sua mulher iria reconhecê-lo na sua volta pra casa?
Outra curiosidade revelada pela rumpologia (nome correto do ofício), é que as nádegas, pelo seu formato, mostram também traços da personalidade do indivíduo. Alguns exemplos: Forma de maçã: pessoa carismática, dinâmica e criativa. Forma de pera: caráter firme e paciente. Redonda: alegre e otimista. Côncava: negativa e deprimida.
Pelo que li, a agenda de Sandra Amos está lotada. Astros de Hollywood e esportistas famosos não veem a hora de baixar as calças diante dela antes de aceitar um novo papel no cinema ou fechar um contrato. Até políticos brasileiros, de olho nas eleições deste ano, tentam agendar uma consulta com Sandra para examinar suas possibilidades. Mas, nesses casos, a vidente foi curta e grossa: “não preciso ver a bunda de alguns deles para saber que vai dar merda” (tradução livre).
De qualquer forma, eu acho a ideia interessante. Em vez da foto dos candidatos, apareceria no visor das urnas, em tela cheia, o seu traseiro, devidamente mapeado (passado e futuro), mostrando traços da personalidade que, em muitos casos, contradirão todas as mentiras e gabolices vomitadas durante a campanha. Em resumo: a bunda seria mais confiável e transparente que o rosto dos nossos políticos. Nenhum eleitor, depois, poderia dizer que foi enganado. E ponto final na discussão entre a urna eletrônica e o voto impresso.
Somente assim – imagino eu -, votando na bunda, as eleições serão limpas.