Viver em família
Queridos leitores, já estamos em agosto, mês carregado de superstições e lendas. Agosto é considerado como o mês azarado, de maus agouros, de maior incidência de cachorro louco. Há os que se recusam a se casar em agosto com medo de ser infeliz no casamento. Pobre agosto! Pobre de quem assim o denomina! Preocupa-se com a hipótese de encontrar infelicidade e perde a chance de viver em harmonia com o tempo, seja ele qual for, pois o tempo também é obra divina.
Para nós, católicos, agosto é um mês rico em celebrações e espiritualidade. Em seu 15º dia, celebramos a Assunção de Nossa Senhora. Maria, a pura, a bem-aventurada, possuidora de um coração sem manchas, é elevada ao céu. São muitos os santos da Igreja celebrados neste mês, inclusive Santo Agostinho, doutor da Igreja, que tanto nos ensinou sobre Deus. Agosto é também o Mês Vocacional por excelência. Em se tratando de vocações, celebramos em agosto as vocações sacerdotais e religiosas, vocação para o matrimônio, as vocações leigas e, enaltecendo a necessidade de evangelização, a vocação para catequista.
Ainda falando de vocação, celebramos, no segundo domingo de agosto, o “Dia dos Pais”. Aproveitando essa data, a CNBB nos propõe a celebração da “Semana da Família e da vida”: tempo de oração, de comemoração, de fortalecimento dos vínculos familiares em casa, na igreja, na comunidade. Em comunhão com a Diocese de Luz, em 2021 vamos vivenciar essa semana a partir do tema: “Famílias, na escola de São José, lugar do amor e do despertar vocacional.” Oportunidade para refletirmos sobre São José, neste ano a ele dedicado, e aprender com ele a figura do bom pai, do autêntico filho de Deus – homem fiel e obediente –e do esposo dedicado que foi.
Avante, família!
Ao celebrar a “Semana da família” e elevar a Deus nossa oração, temos muito a pedir! Vivemos tempos difíceis para nós cristãos, que queremos – e precisamos – educar nossos filhos para Deus. O mundo anda tão “coisificado”! Tão necessitado de Deus, que, às vezes, anda tão esquecido, ou até combatido. Os valores a nós oferecidos pelo Mestre Jesus – bondade, amor fraterno, perdão, educação, fé ... –, tão necessários para uma boa convivência, precisam ser ensinados e fortalecidos na família. É aí que tudo começa. É daí que sairão os cidadãos do amanhã. Um amanhã que está aí, diante de nós.
Meu caro leitor, olhemos para nós mesmos, para nossa vida em família. Nosso lar deve ser ambiente de amor, morada de Deus; lugar de boa convivência, de diálogo, de ajuda mútua. Nós, pais e mães, somos responsáveis por fazer florescer na família o bem e a paz. Precisa ser nosso o exemplo da boa convivência para nossos filhos. E o exemplo deles, consequentemente, vai refletir no meio em que vivem. Como diz o Papa Francisco: “O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesãos da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações”.
Portanto, querido irmão, querida irmã em Cristo, neste mês de agosto, e sempre, tomemos consciência de nossa missão na família e na vida em comunidade. Elevemos nossa voz e peçamos a Deus que nos ajude nessa tarefa de “amorizar” o mundo:
Dai-nos, Senhor, a graça de receber, de bom grado, as sementes lançadas por vós. A graça de preparar nossas famílias para que sejam terra fértil para abraçar as sementes, crescer na fé e na alegria e frutificar em boas obras. Concedei-nos, Senhor, a graça de aprender de São José as lições de humildade, de retidão, de fé e de confiança em vós. Ajudai-nos a formar famílias a exemplo da família de Nazaré: lugar de amor, de respeito, de escuta da Palavra, de passos largos nos caminhos traçados por vós, mesmo que sejam de dor e sofrimento. E, neste mundo tão autossuficiente, dai-nos, Senhor, a graça da comunhão, da partilha, da solidariedade, do amor. Vinde, Senhor, moldar o nosso coração e sede para nós e nossas famílias o único e verdadeiro farol a nos guiar os passos. Amém.
luisagarbazza@hotmail.com
Publicada originalmente no Jornal Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho