DOS CYBERGAMES ÀS LANHOUSES

DOS CYBERGAMES ÀS LANHOUSES

Certamente que a diversão juvenil a partir de jogos eletrônicos -- em nível nacional -- é um fenômeno dos anos 80 e daí por diante... portanto, de meninos nascidos de 1970 para cá, até porque mulher não entrava num "sáiber" nem para chamar o irmão ou filho, para voltar para casa. Elas o faziam da porta mesmo ! Era um "universo" absolutamente masculino ! Isso significa dizer que nossa Geração -- nascida entre 1940 e os rebeldes anos 60 -- não conheceu o videogame ?! De forma alguma... num barraco no Morro onde nasci tivemos em 1973, meu irmão e eu, um minigame de "pingpong" ligado à TV "Empire Baby" de 14 polegadas preta & branca, esse chatíssimo por sinal, enjoava-se dele em duas semanas.

Adiante, viriam as "corridas" de carrinhos, não muito melhores, porém a diversão juvenil daquela época -- nas cidades grandes, pelo menos -- ainda eram praia e bailes, os jogos de futebol no Maracanã ou Morumbi, nossa Seleção no auge de sua fama e Emerson Fittipaldi na desconhecida Fórmula 1, "iniciando" entre os jovens a febre que viria a ser somente nos anos 90.

A Geração surgida entre 1940 e 60 era/foi essencialmente MUSICAL, de ouvir e dançar (alguns ou muitos) todo estilo de canção... nos grandes centros foi, mais tarde, revolucionária, rebelde, antenada com jornais e revistas "contraculturais", de protesto, reverberando contra tudo e todos. O "GAME" como lazer infantil é costume apenas dos que nasceram a partir de 1975, conformados com o Sistema e com uma Seleção de futebol medíocre. Será esse o público a lotar os "cybergames", de 1990 para cá, olhando de soslaio e com desconfiança os "tiozões" quarentões que os frequentavam ocasionalmente.

Afinal, o que destruiu, arrasou com os "cybergames" ?! Bem, menos que os preços das novas fitas -- até revistas especializadas em "detonar" os segredos dos jogos existentes na época -- o que encerrou a carreira dessas "lojinhas" domésticas de jogos virtuais foi o custo da energia elétrica, embora nem consumissem tanto. No Pará, a insaciável CELPA, estatal, aumentava seus custos quase que mensalmente, sem que os donos pudessem repassar aos clientes mirins tais exorbitâncias... e, assim, foram fecham uma a uma. Um "japonês" amigo nos doou todo seu acervo de "fitas" (CD-ROMs, no caso) de sua loja. As lanhouses atuais são simplesmente "prestadoras de serviço" e não querem a garotada fazem algazarra em seus recintos... não há mais onde SE JOGAR videogame, quem não tenha PC ou game em casa.

E chegamos aos anos 2020 com outro tipo de "diversão virtual (ou digital)", as tais "Redes Sociais" só de fofocas e bajulação, agora CENSURADA, proibindo-se opinião que não seja ELOGIO, principalmente sobre "aquele lixo" que sustentamos no lodaçal denominado Brasília. Os meninos nascidos em 1970 são hoje "cinquentões" -- há mulheres também, que jogam e bem -- e caminham TODOS para uma VELHICE SENIL, "olhando pro teto" ou para a rua em frente da casa dos netos, sem nada útil para fazer, "esperando a Morte chegar", cantou Raul Seixas.

Pois isso pode mudar, pode-se encaixar em suas Vidas de "plantas" essa Internet de tantas possibilidades e CONHECIMENTO, com um YouTube tão rico e mais JOGOS e interação social entre êles em LANHOUSES oficiais -- criadas por prefeitos e governadores -- gratuitas, só para o lazer dos idosos, de milhões deles que nem a conheceram, inclusive, a tal INCLUSÃO DIGITAL tão decantada e propagandeada, mas que não se vê em lugar nenhum. Que prefeito se dará a esse trabalho ?! Dos "velhinhos" só querem O VOTO a cada ano e meio, semelhantes aos agiotas que "nos caçam" o BPC, o mirrado "auxílio". E LA NAVE VA... diriam os italianos !

"NATO" AZEVEDO (em 4/agosto 2021, 5hs)