Suspeição de um Juiz
Qual o brasileiro de sã consciência, em 12 de julho de 2017, imaginaria que um deputado de baixo clero chegaria ao mais alto cargo político do Brasil, em outubro de 2018?
Exatamente naquela data, um Juiz condenou um réu a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção ativa e passiva.
Essa e outras sentenças, que deveriam ser homologadas por instâncias superiores, foram confirmadas, corroboradas, ratificadas, validadas, e tudo quanto há de sinônimos para a comprovação da legalidade de seus atos.
Decorrido longo tempo, quando muita coisa mudou na política, agora os mesmos juízes que disseram sim passaram a dizer não, modificando suas próprias decisões. Para um leigo em ciências jurídicas, o entendimento é que suspeito é quem mudou a sua opinião, depois da reviravolta política.
A sociedade brasileira, que via naquele juiz o herói no combate a corrupção, agora é o vilão, invertendo os seus valores, por conta dos mesmos juízes que antes o consagraram. Realmente me dou conta de quanto ignorante sou em termos de justiça. O Juiz virou réu e o réu agora é herói.
Qual o motivo?
Terceira mudança de uma Jurisprudência, numa jovem Constituição de 1988.