SEM VIDA
SEM VIDA
Não tem lar, ninguém o espera, apenas um amigo fiel o acompanha. Pelas ruas em desatino segue seu pérfido destino, sabe-se lá como traçado. Sobrevive de esmolas e aqui ou ali catando reciclados e restos, nos lixos da existência. Corpo em frangalhos dorme sob marquises, coberto em panos rotos e inebriado por álcool. Qualquer dia desses será encontrado sem vida, como se vivesse, será coberto de terra, indigente, ninguém velará seu corpo, tornar-se-á invisível, sem novidade, sempre o foi, salvo para o amigo, que provavelmente encontrará outro companheiro com o mesmo desígnio, a morte ainda em vida.