CARA ou COROA

CARA OU COROA

31JUL21

Na eterna busca da felicidade em que se resume a vida, e aqui ressalvo que a felicidade para alguns pode ser o sofrimento, o que procuramos são as opções. Pesquisamos, estudamos, analisamos e agimos voltados para criarmos opções em todos os quadrantes de nossa existência para que possamos decidir. Esta por sua vez, a decisão, é implacável e absoluta. Nossa decisão é inclemente e após tomada o mínimo que ela nos causará é uma perda de tempo. Por isso procuramos várias opções para que tenhamos um cardápio de escolhas, pois quando decidirmos somente dois resultados serão possíveis o fracasso ou o sucesso.

Os resultados por sua vez, sejam eles de fracasso ou sucesso, são escalonados, o que aumenta exponencialmente nossa responsabilidade única e solitária por nossas decisões, pois ela é nossa e de mais ninguém, por mais ajuda e solidarismo que encontramos em nossa caminhada, este apoio é apenas um adicional de conhecimentos que nos auxilia na criação das opções e nunca nas decisões propriamente ditas.

Por vezes exageramos na criação das opções e assim perdemos ou o tempo, ou o foco para decidir.

O cardápio de opções que criamos, muitas das vezes e contrariamente ao que pode parecer, prejudica a perfeição de nossa decisão e, ainda que o resultado seja de um elevado grau de sucesso, ele não será no grau do sucesso absoluto.

Trazendo nossa visão para a situação atual da humanidade o que vemos é que criamos uma série de facilidades para criar opções. Desde a descoberta do fogo, passando pela roda e pela internet, temos a criação de uma imensa gama de possibilidades para criarmos opções. Possibilidades são apenas as bases das opções.

Aproximando ainda mais esta visão na linha do tempo chegamos a pandemia que começou com um vírus, criado ou modificado naturalmente ou não, que infectou o primeiro humano, e daí se espalhou por todo o nosso planeta talvez por uma decisão tardia ou por uma escolha errada no cardápio das opções quanto aquela opção que poderia fazer chegar ao sucesso. E aqui lembramos que ética é apenas um limitador do sucesso ou seu tempero e que varia conforme a personalidade e o caráter de quem decide.

A imensa quantidade de facilidades das possibilidades de criarmos opções, nos trouxe uma letargia decisória e com isso passamos a ser apenas coadjuvantes de decisões alheias e isto eu explico pela atual polarização que assistimos em tudo e por tudo, pois afinal o cara ou coroa representa a dualidade no ápice de sua simplificação, é um retrocesso para voltarmos a ser responsáveis e únicos em nossas decisões. Não temos escolhas. Mas precisamos lembrar que existe uma terceira possibilidade que raramente consideramos: a moeda pode cair de pé. Minha decisão já está feita.

Geraldo Cerqueira