Esforço sobre humano
Tradição, investimento, determinação, sorte. São sentimentos misturados de um Brasil olímpico. O fadado país do futuro. Continental e sem investimento estatal em atletas. Países como China, Japão, EUA e até Rússia tem uma política de incentivo do desportista, que pode pelo menos no país norte-americano escolher entre a carreira num esporte e seguir uma vida acadêmica.
No Brasil é difícil para nossos atletas. Tirando o futebol masculino que tem investimento milionário, os outros esportes patinam sem ajuda nenhuma. Quando surge um medalhista, de prata, de bronze e até de ouro ficamos comemorando muito e exaltando aquele participante justamente por ele ter conseguido algo praticamente por mérito exclusivo dele, sem apoio nenhum.
O caso da Fadinha de Imperatriz do Maranhão, prata no skate, ela foi recebida na cidade natal, mas se recusou a pousar em fotos com políticos, pois ela se lembra bem de ter batido na porta de secretaria de esportes e não ter sido ajudada.
A Rebeca prata no individual geral da ginástica feminina gastava duas horas para ir e duas horas para voltar do Centro de treinamento a pé. As vezes na garupa de uma bike reciclada que seu irmão comprou e lhe levava. Esforços sobre humanos para chegar ao alto do pódio. O Italo Ferreira no surfe, usava tampa de isopor para surfar e chegou ao ouro.
Tantas vezes criticamos os atletas por na hora H amarelar, mas esquecemos que só em eles estarem em Tóquio foi uma conquista. E não falamos de que o importante é competir. Eles querem ganhar, mas há um limite físico e mental.
Atletas de países como EUA tem a facilidade de chegar nessas competições confiantes e sem peso de medalhas. Mesmo assim Simone Biles assombrou o mundo com sua desistência de duas finais na ginástica, alegando o cuidar da saúde mental.
Eu me lembro que na infância joguei vôlei, andei de skate, joguei futebol, cheguei a correr algumas competições. E fui largando um a um cada esporte, simplesmente por falta de incentivo, não sabia ao certo se seria um campeão, mas não tive tempo de desenvolver, em casa não havia apoio e fora não existia uma política pública que me levasse a está na esperança de viver de esporte.
Então nas madrugadas quando você estiver olhando para esses guerreiros, olhe para a sua história seu legado e sua trajetória, antes de julgar porque ele não chegou ao lugar mais alto do pódio.