Sentimento Mesquinho - BVIW
Tema: Ladeira abaixo (crônica)
Eu acho que tenho um bom coração, desses que ficam felizes com o sucesso do outro, que vibram com a alegria alheia, que se comovem, até. Mas outro dia, meu coração me traiu. Senti inveja de uma pessoa que amo e admiro muito . Identifiquei esse sentimento mesquinho e horroroso, que esfrega na cara de quem o sente o seu próprio fracasso. A infelicidade zomba da gente na inveja. Ai, que dor! Não sou absolutamente "santa", mas essa humanidade exalou um cheiro fétido. Eu chorei de raiva de mim e desejei picar em pedacinhos esse sentimento infeliz e o atirar ladeira abaixo. Eu até então me achava uma pessoa bem resolvida, sempre lançando mão do livre-arbítrio, pagando as contas das minhas escolhas e, sendo condescendente comigo quando estas ficavam caras demais. É que, na adolescência, aprendi com a Pollyanna (Pollyanna Moça, de Eleanor H. Porter) o "jogo do contente" e nunca parei de jogar. Pois bem, desde esse dia a tristeza visitou-me. Bateu à porta e quando atendi, tinha malas pra ficar uma temporada. Ainda bem que eu não a deixei ficar. Disse que a alegria tinha ido comprar flores na floricultura e que já estaria de volta em breve. A tristeza foi descer a ladeira e se espatifou lá embaixo, após escorregar nos picadinhos da inveja. Que as duas briguem bem longe de mim!
Tema: Ladeira abaixo (crônica)
Eu acho que tenho um bom coração, desses que ficam felizes com o sucesso do outro, que vibram com a alegria alheia, que se comovem, até. Mas outro dia, meu coração me traiu. Senti inveja de uma pessoa que amo e admiro muito . Identifiquei esse sentimento mesquinho e horroroso, que esfrega na cara de quem o sente o seu próprio fracasso. A infelicidade zomba da gente na inveja. Ai, que dor! Não sou absolutamente "santa", mas essa humanidade exalou um cheiro fétido. Eu chorei de raiva de mim e desejei picar em pedacinhos esse sentimento infeliz e o atirar ladeira abaixo. Eu até então me achava uma pessoa bem resolvida, sempre lançando mão do livre-arbítrio, pagando as contas das minhas escolhas e, sendo condescendente comigo quando estas ficavam caras demais. É que, na adolescência, aprendi com a Pollyanna (Pollyanna Moça, de Eleanor H. Porter) o "jogo do contente" e nunca parei de jogar. Pois bem, desde esse dia a tristeza visitou-me. Bateu à porta e quando atendi, tinha malas pra ficar uma temporada. Ainda bem que eu não a deixei ficar. Disse que a alegria tinha ido comprar flores na floricultura e que já estaria de volta em breve. A tristeza foi descer a ladeira e se espatifou lá embaixo, após escorregar nos picadinhos da inveja. Que as duas briguem bem longe de mim!