Menina lasciva
Uma de minhas meninas, a mais lasciva, aquela que prendo numa gaiola dourada, andou dando uns requebros por aí, ocupando-se das displicências carcereiras, para levar ao mundo umas inconsequências, umas loucuras, um pouco de perversão que eu guardo no fundo falso daquela gaiola.
Ela se julgava indomável, mas há outras meninas morando em mim, essas, mais ajuizadas, me cuidam, me guardam. A lasciva não contava com tamanha proteção.
Ela ficou enlouquecida percebendo que sua pretensa liberdade nada duraria, que logo estaria novamente engaiolada, dessa vez para sempre, incapaz de tomar-me outra vez.
Eu mando nela. Por mais que ela esbraveje querendo sair, por mais que grite e sua boca espume, ela não me doma, não me toma e não sairá de lá, nunca mais!