Nossa Canção
SEMPRE me espanto com algumas coisas que para a maioria não se trata de nada importante. Na verdade, confesso mais uma vez,pouco me espanto.Mas em relação ao que escrevo me surpreendo e até me espanto. É que sou péssimo em aquilatar o gosto dos outros. Explico: as minhas maltraçadas e versos de pé quadrado que mais me agradam são justamente aqueles que menos leituras e comentários recebem. Por outro lado, me espanto quando constato que aqueles que não botava nenhuma fé, agradam, têm várias leituras e comentários. Não,não tem nada a ver com o tema. A verdade é que Sua Excelência, o Leitor,tem razões e preferências diferentes das minhas. Isso acontece frequentemente. E adoro me enganar.Sim, porque me ensina a respeitar o gosto dos outros.
Quando constato isso me lembro do que li numa revista ou jornal há algum tempo.Contado pelo sambista Luiz Airão.Certa feita ele foi à casa de Roberto Carlos mostrar uma músicas. Começou amostrá-las cantando-as acompanhado pelo violâo, mas em dado momento Roberto precisou atender alguém ou ao telefone e enquanto isso o compositor aproveitou para dar uns retoques numa cançãoque estava fazendo e que nao fazia muita fé. Quando o Rei voltou, antes que Luiz Airão voltasse às musicas que estava mosrando, Roberto disse:Cante novamente aque você estava cantando enquanto eu atendia aotelefone , éele que vou gravar.Era Nossa Canção.Inté.