Amigo numa sexta-feira amiga
Sexta-feira passada, fomos advertidos que aquelas 24 horas seriam dedicadas às amigas e amigos, que conseguimos durante a vida. Daí essas horas serem chamadas Dia Internacional do Amigo, o que, pra valer, há muito pouco, se considera-se o dito popular que “amigos verdadeiros se contam como os dedos da mão”. São poucos, têm o seu dia, como se comemora o da mãe, o do pai, dos avós, dos namorados e das namoradas. Ao morto emérito se presta 1 minuto de silêncio, mas ao amigo vivo, nesse dia, mais de 1.439 minutos, que poderiam ser de silêncio para se refletir e meditar se nós praticamos a amizade, do modo como ela substancialmente se define.
O conceito de amizade, que, negativamente, fundamenta-se no interesse a receber, é bem explícito no provérbio popular: “É melhor amigo na praça do que dinheiro no banco”. Isso é a manifestação interesseira de se fazer ou ter amigos. E, amigos ou amigas, assim feitos, percebem que valem tais interesses e desertam, quando lhes buscado o “cumprimento” do que lhe é pedido. Como se formaria a amizade desinteressada? Em que se baseia esse sentimento? Certamente no princípio maior de doar do que de receber; de oferecer, do que pedir... Ações, nesse sentido, acontecerão sempre, num contexto espontâneo de amor e de bondade, e não no próprio propósito de amar ou de ser bom. Compreendida assim a amizade, quantas amizades já construímos?
O casal, que não fundamente sua convivência numa sadia amizade, não sobrevive os iniciais tempos e passagens de suas satisfações, tanto biológicas como materiais. Se não há, em princípio, amizade recíproca em ambos, não existem, nessa mesma casa, amigo e amiga, e alegria duradoura. Não é preciso que o casal compreenda o que seja casamento, mas tão somente o que seja amizade sincera, também sem sinceridade não ocorre amizade, há de ser igualmente altruísta. Isso muito além de uma atração carnal, quando a amizade é indispensável.
Nesse aspecto, o amor com amizade tudo supera: as idades, o universo de fascinação, as circunstâncias de sedução, as dificuldades quotidianas, grandes ou corriqueiras. Amizade é valor para ser perene. A fidelidade da amizade não inicia no outro que o considera amigo, mas em quem se propõe a começar e a cultivá-la. De modo que o verbo mais adequado não é ter amigo, mas, sim, ser amigo, sem esperar benesses... Dia do amigo é sobretudo ocasião de se refletir o que seja um amigo. Ou procurar traduzir Quinto Ênio, citado por Cícero, na obra De Amicitia: Amicus certus in re incerta cernitur.
Sexta-feira passada, fomos advertidos que aquelas 24 horas seriam dedicadas às amigas e amigos, que conseguimos durante a vida. Daí essas horas serem chamadas Dia Internacional do Amigo, o que, pra valer, há muito pouco, se considera-se o dito popular que “amigos verdadeiros se contam como os dedos da mão”. São poucos, têm o seu dia, como se comemora o da mãe, o do pai, dos avós, dos namorados e das namoradas. Ao morto emérito se presta 1 minuto de silêncio, mas ao amigo vivo, nesse dia, mais de 1.439 minutos, que poderiam ser de silêncio para se refletir e meditar se nós praticamos a amizade, do modo como ela substancialmente se define.
O conceito de amizade, que, negativamente, fundamenta-se no interesse a receber, é bem explícito no provérbio popular: “É melhor amigo na praça do que dinheiro no banco”. Isso é a manifestação interesseira de se fazer ou ter amigos. E, amigos ou amigas, assim feitos, percebem que valem tais interesses e desertam, quando lhes buscado o “cumprimento” do que lhe é pedido. Como se formaria a amizade desinteressada? Em que se baseia esse sentimento? Certamente no princípio maior de doar do que de receber; de oferecer, do que pedir... Ações, nesse sentido, acontecerão sempre, num contexto espontâneo de amor e de bondade, e não no próprio propósito de amar ou de ser bom. Compreendida assim a amizade, quantas amizades já construímos?
O casal, que não fundamente sua convivência numa sadia amizade, não sobrevive os iniciais tempos e passagens de suas satisfações, tanto biológicas como materiais. Se não há, em princípio, amizade recíproca em ambos, não existem, nessa mesma casa, amigo e amiga, e alegria duradoura. Não é preciso que o casal compreenda o que seja casamento, mas tão somente o que seja amizade sincera, também sem sinceridade não ocorre amizade, há de ser igualmente altruísta. Isso muito além de uma atração carnal, quando a amizade é indispensável.
Nesse aspecto, o amor com amizade tudo supera: as idades, o universo de fascinação, as circunstâncias de sedução, as dificuldades quotidianas, grandes ou corriqueiras. Amizade é valor para ser perene. A fidelidade da amizade não inicia no outro que o considera amigo, mas em quem se propõe a começar e a cultivá-la. De modo que o verbo mais adequado não é ter amigo, mas, sim, ser amigo, sem esperar benesses... Dia do amigo é sobretudo ocasião de se refletir o que seja um amigo. Ou procurar traduzir Quinto Ênio, citado por Cícero, na obra De Amicitia: Amicus certus in re incerta cernitur.