Crônicas Maçônicas II – O Aprendizado dos Valores Maçônicos em Loja.
Sou um mero Mestre Maçon curioso, um aprendiz contínuo e senhorio de algumas incorreções, imperfeições, limitações... Logo, sou um Maçon em sua forma bruta. Em minha Loja, estive por algum tempo como Mest.’. de Harm.’., pois, em minhas horas de ócio, nada me dá mais prazer que o som produzido pelas notas musicais, preferencialmente, aquelas de passado classicista. Nesses dias de inércia, a que fui obrigado, em virtude deste tempo viral, conturbado e incompreensível, cá estou, em minha aprazível morada familiar... Sou mais um, entre tantos, isolado social, tentando tirar o foco das preocupantes resenhas mediáticas, entre uma e outra visita aos quartos dos filhos, imersos em seus mundos da informática e à sala de casa, onde minha cara metade tenta se envolver, sem conseguir, em um livro ou seriado e outro na TV. Em meu “cafufo”, como chamam meu pequeno escritório, o antigo cubículo destinado a uma empregada doméstica, tento me entreter nas músicas e leituras. Entre consternação e prazer, ouço os deleitáveis “noturnos” de Chopin, o emotivo “adágio” de Samuel Barber, as celebres harmonias maçônicas de nosso Ir.’. Mozart, ou ainda a “ode à alegria”, aquele poema de cunho maçônico maravilhoso, musicado por Beethoven e presenteado ao mundo, tal qual o 4º movimento de sua 9ª e derradeira sinfonia... Esplendoroso, uma virtuose maçônica, ainda pouco percebida a desdenhar o tempo desde o iluminismo. Ele próprio deixou registrado sobre suas obras: “expressões de sentimentos, muito mais que registros escriturais”.
Mas por que estou a divagar pelo erudito musical, ao invés do aprendizado dos valores da irmandade, como propõe a prancha? Por pensar que a simbiose entre ambos é factual, pois, os íntegros, diletos, luminosos, leais ou não... A irmandade, por assim dizer, tal qual nos versos, entre os acordes musicais, acima citados, trouxeram do mundo profano, neófitos e seus perfis proveitosos. Eram, sem saber, Maçons mundanos, por conseguinte, foram bem selecionados e indicados à nossa ordem, como todo aprendiz deveria ser, um proceder nem sempre adotado. Em seguida, com o passar do tempo, se imiscuem nos mistérios, simbolismos, rituais e conhecimentos constitucionais, os quais juramos obediência, mas, constantemente são vilipendiados por muitos IIr.’., no que concerne os deveres e direitos individuais. Embora a maioria seja ávida pelo aprendizado maçônico, no que diz respeito à história, atributos, segredos e ritos, muitos não aprenderam ou não se interessaram pelas Leis e seus valores, como o contido no 6º Landmark: “Conduta” e sua 5ª obrigação: “Regras na sociedade e na família”. Como também desmerecem a Constituição, descumprindo o estabelecido no Art. 3º, inciso VII: “conduta digna e honesta, moral elevado e fiel aos princípios e costumes da Ordem”. Oportuno, seria, vez ou outra, dissertação explicativa constitucional, pelas LLuz.’. de nossas Lojas, ajudaria os desinteressados ao seu entendimento e comportamento social-familiar completando sua compreensão da “liberdade com ordem, igualdade com respeito e fraternidade com justiça”, como deixou escrito nosso Ir.’. lusitano António Duarte Arnault, acrescentando ainda: “este objetivo, verdadeira ideia força, exprime-se, na linguagem maçônica, como a “construção do Templo…””
Uma ponderação necessária, que venho realizando há algum tempo, apesar disso, pouco compreendida nos grandes centros: as Lojas Maçônicas e seus membros, nas pequenas cidades interioranas, são consideradas por grande parte da sociedade local, a primazia da distinção e exemplo de probidade. Consequente e necessariamente, têm, essas Lojas, o dever de espelho da decência, o que reiteradamente não ocorre, e não estou aqui generalizando, trata-se de uma triste constatação. É desagradável, nas reuniões sociais ou encontros fortuitos com conterrâneos, na vida profana, ser indagado por esses a respeito do comportamento de tal Maçon casado e sua amásia. Outras constatações veem à mente, agiotagem, embriaguez em público, entre outros, menos ou mais graves.
À vista disso, os “íntegros”, ou não, que vez ou outra se deleitam no adultério ou teimam em viver limítrofes às nossas Leis e que poderiam trazer seus comportamentos “à boca pequena”, mas não o fazem, além de violarem o juramento, maculam, perante a sociedade, o nome da Ordem. Ocasionalmente ocorre de um Maçon indigno ser candidato ao veneralato, em detrimento de outro melhor conceituado, com a condescendência da maioria de sua Loja, que dizem ser soberana, lamentavelmente, aceita como razoável, o “perdão”, dado pela compreensível cunhada. Não me atenho ao aspecto intimo e particular do casal, mas sou forçado a discriminar a conduta da Loja e seus membros, em considerar natural tal comportamento, um ultraje à respeitabilidade maçônica que não pode ser aceita.
O mundo não é perfeito, conhecemos seu caos, no que se refere à dignidade, retidão e principalmente à falta de humanismo, mas em nosso cerne, temos o dever do discernimento e do comportamento à semelhança de nossas normas constitucionais, para límpidos, podermos atuar perseverando no especificado em nossos rituais: “combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade, promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício”.
Esse meu apontamento, não é uma análise, crítica ou sugestão, diria ser uma reflexão, para nossa observação comportamental. Quando elevado à Comp.’., escrevi sobre a “Estrela Flamejante”, uma passagem que me marcou muito. Deixo, neste desfecho, meus incipientes versos, que tento seguir “ipsis litteris”:
Em um sábado de inverno,
em meio à treva,
uma luz me atingiu,
neófito me converti.
Iniciado,
instruções recebi
e em um dia útil de outono
companheiro me vi.
A busca pelo aperfeiçoamento,
através do conhecimento,
do trabalho
e do exercício da virtude,
então me impingi.
Frente às flamas,
vindas daquela estrela,
me estendi.
Percebi ser sua luz
a guia,
a mostrar o caminho
e seu lume
o acalento,
ante as fraquezas e
dificuldades vis.
Realizei,
pois,
enfim,
a vi.
Abril/2020
Sou um mero Mestre Maçon curioso, um aprendiz contínuo e senhorio de algumas incorreções, imperfeições, limitações... Logo, sou um Maçon em sua forma bruta. Em minha Loja, estive por algum tempo como Mest.’. de Harm.’., pois, em minhas horas de ócio, nada me dá mais prazer que o som produzido pelas notas musicais, preferencialmente, aquelas de passado classicista. Nesses dias de inércia, a que fui obrigado, em virtude deste tempo viral, conturbado e incompreensível, cá estou, em minha aprazível morada familiar... Sou mais um, entre tantos, isolado social, tentando tirar o foco das preocupantes resenhas mediáticas, entre uma e outra visita aos quartos dos filhos, imersos em seus mundos da informática e à sala de casa, onde minha cara metade tenta se envolver, sem conseguir, em um livro ou seriado e outro na TV. Em meu “cafufo”, como chamam meu pequeno escritório, o antigo cubículo destinado a uma empregada doméstica, tento me entreter nas músicas e leituras. Entre consternação e prazer, ouço os deleitáveis “noturnos” de Chopin, o emotivo “adágio” de Samuel Barber, as celebres harmonias maçônicas de nosso Ir.’. Mozart, ou ainda a “ode à alegria”, aquele poema de cunho maçônico maravilhoso, musicado por Beethoven e presenteado ao mundo, tal qual o 4º movimento de sua 9ª e derradeira sinfonia... Esplendoroso, uma virtuose maçônica, ainda pouco percebida a desdenhar o tempo desde o iluminismo. Ele próprio deixou registrado sobre suas obras: “expressões de sentimentos, muito mais que registros escriturais”.
Mas por que estou a divagar pelo erudito musical, ao invés do aprendizado dos valores da irmandade, como propõe a prancha? Por pensar que a simbiose entre ambos é factual, pois, os íntegros, diletos, luminosos, leais ou não... A irmandade, por assim dizer, tal qual nos versos, entre os acordes musicais, acima citados, trouxeram do mundo profano, neófitos e seus perfis proveitosos. Eram, sem saber, Maçons mundanos, por conseguinte, foram bem selecionados e indicados à nossa ordem, como todo aprendiz deveria ser, um proceder nem sempre adotado. Em seguida, com o passar do tempo, se imiscuem nos mistérios, simbolismos, rituais e conhecimentos constitucionais, os quais juramos obediência, mas, constantemente são vilipendiados por muitos IIr.’., no que concerne os deveres e direitos individuais. Embora a maioria seja ávida pelo aprendizado maçônico, no que diz respeito à história, atributos, segredos e ritos, muitos não aprenderam ou não se interessaram pelas Leis e seus valores, como o contido no 6º Landmark: “Conduta” e sua 5ª obrigação: “Regras na sociedade e na família”. Como também desmerecem a Constituição, descumprindo o estabelecido no Art. 3º, inciso VII: “conduta digna e honesta, moral elevado e fiel aos princípios e costumes da Ordem”. Oportuno, seria, vez ou outra, dissertação explicativa constitucional, pelas LLuz.’. de nossas Lojas, ajudaria os desinteressados ao seu entendimento e comportamento social-familiar completando sua compreensão da “liberdade com ordem, igualdade com respeito e fraternidade com justiça”, como deixou escrito nosso Ir.’. lusitano António Duarte Arnault, acrescentando ainda: “este objetivo, verdadeira ideia força, exprime-se, na linguagem maçônica, como a “construção do Templo…””
Uma ponderação necessária, que venho realizando há algum tempo, apesar disso, pouco compreendida nos grandes centros: as Lojas Maçônicas e seus membros, nas pequenas cidades interioranas, são consideradas por grande parte da sociedade local, a primazia da distinção e exemplo de probidade. Consequente e necessariamente, têm, essas Lojas, o dever de espelho da decência, o que reiteradamente não ocorre, e não estou aqui generalizando, trata-se de uma triste constatação. É desagradável, nas reuniões sociais ou encontros fortuitos com conterrâneos, na vida profana, ser indagado por esses a respeito do comportamento de tal Maçon casado e sua amásia. Outras constatações veem à mente, agiotagem, embriaguez em público, entre outros, menos ou mais graves.
À vista disso, os “íntegros”, ou não, que vez ou outra se deleitam no adultério ou teimam em viver limítrofes às nossas Leis e que poderiam trazer seus comportamentos “à boca pequena”, mas não o fazem, além de violarem o juramento, maculam, perante a sociedade, o nome da Ordem. Ocasionalmente ocorre de um Maçon indigno ser candidato ao veneralato, em detrimento de outro melhor conceituado, com a condescendência da maioria de sua Loja, que dizem ser soberana, lamentavelmente, aceita como razoável, o “perdão”, dado pela compreensível cunhada. Não me atenho ao aspecto intimo e particular do casal, mas sou forçado a discriminar a conduta da Loja e seus membros, em considerar natural tal comportamento, um ultraje à respeitabilidade maçônica que não pode ser aceita.
O mundo não é perfeito, conhecemos seu caos, no que se refere à dignidade, retidão e principalmente à falta de humanismo, mas em nosso cerne, temos o dever do discernimento e do comportamento à semelhança de nossas normas constitucionais, para límpidos, podermos atuar perseverando no especificado em nossos rituais: “combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade, promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício”.
Esse meu apontamento, não é uma análise, crítica ou sugestão, diria ser uma reflexão, para nossa observação comportamental. Quando elevado à Comp.’., escrevi sobre a “Estrela Flamejante”, uma passagem que me marcou muito. Deixo, neste desfecho, meus incipientes versos, que tento seguir “ipsis litteris”:
Em um sábado de inverno,
em meio à treva,
uma luz me atingiu,
neófito me converti.
Iniciado,
instruções recebi
e em um dia útil de outono
companheiro me vi.
A busca pelo aperfeiçoamento,
através do conhecimento,
do trabalho
e do exercício da virtude,
então me impingi.
Frente às flamas,
vindas daquela estrela,
me estendi.
Percebi ser sua luz
a guia,
a mostrar o caminho
e seu lume
o acalento,
ante as fraquezas e
dificuldades vis.
Realizei,
pois,
enfim,
a vi.
Abril/2020