A HISTÓRIA DE UM CADILAC...
“Porque todos os homens não são igualmente ricos”?” Não o são por uma razão muito simples; é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar”. *
Recebemos de presente um CD, com uma música somente. Foi gravado em homenagem aos 80 anos de um amigo. Atualmente passa mais tempo em uma fazenda no Uruguai; uma das filhas quis fazer-lhe a surpresa, e o artista local, criou a letra e a música, enaltecendo fatos de sua vida, suas lutas, experiências; com a diversidade de trabalho dos já exercidos e suas atividades de hoje, aonde tem a responsabilidade de manter mais de 2000 empregos, diretos e indiretos; pecuárias e setor de cinemas, com dezenas de salas de projeção, principalmente nos estados sul.
Esporadicamente vamos visitá-lo, gosta muito de conversar e contar suas vivências, pessoa extremamente simples, que embora pouco freqüentasse os bancos escolares, é inteligente e competente para administrar suas atividades em dois ramos tão distintos, pecuária e cinemas; hoje conta com a ajuda de seus filhos e centenas de colaboradores, com resultados sempre positivos.
Nunca quis viajar para o exterior, alegando que primeiro deveria conhecer nosso país; inúmeras vezes as produtoras de filmes, lhes ofertaram passagens e estadias, nunca fez uso pessoal, as ofereceu a pessoas de seu relacionamento.
Este caso que ele nos contou, - que dá título este artigo. - é bastante interessante; vou procurar ser fiel ao que ouvi, embora já tenham se passados algumas décadas. * No início dos anos 50, somente havia carros importados; na cidade em que residia, estava à venda um Cadilac 51, fez um acerto com o proprietário e assinou uma promissória para 60 dias, imagine o valor deste carro na época? Passados alguns dias, foi até aconselhado pelos familiares a devolver o veículo e desistir do negócio, pois talvez pelo valor tivesse dificuldade para vendê-lo. Chegou a ir à casa do proprietário, externando sua preocupação, este o animou dizendo que antes de vencer o combinado ele conseguiria vender o luxuoso carro...
De sua cidade, localizada nas serras catarinenses; viajou para o Rio Grande do Sul, conseguindo um comprador para este perfil de carro; era um grande fazendeiro, plantador de arros. Acertando o preço do veículo. Naquele tempo pouco se usava os banco; foram até a cooperativa para que se entregasse o valor em espécie, o tesoureiro assustou-se com montante, até fez menção de persuadi-lo a não investir tamanho valor num automóvel, como o cooperado era dono do dinheiro, o pagamento foi efetuado.
Voltou para sua cidade de ônibus, lá chegando primeiramente se dirigiu a casa de seu credor, convidado a entrar na sala, para surpresa do credor, trazia um saco de estopa, recheado com as notas de dinheiro do valor da venda. Dentro de sua simplicidade disse:
- despejando o saco no tapete da sala. – O amigo tira a sua parte, o que sobrou é meu. – Mas senhor, a promissória ainda não venceu? O ele respondeu: - faço questão de fazer o acerto antecipado. Despediu-se e agradeceu a confiança nele depositada.
Dias depois sua esposa saindo do hospital, com o primeiro filho, para sua surpresa, - até então moravam na casa de seus pais, - foi levada a sua primeira casa própria, com a diferença que sobrou da venda do abençoado Cadilac...
Isto foi narrado por ele, e creio ser verídico.
Passado um bom tempo, o fazendeiro, - que ficou seu amigo. - lhe propôs uma troca, pois desejava mudar de carro, isto foi feito pelo mesmo, com certeza lhe trazendo alguma compensação financeira...
A riqueza, é um dom que Deus na sua Infinita Sabedoria, põe nas mãos de poucos e para uns ela se multiplica, independente de seu nível de escolaridade, com certeza a pessoa nasceu para este tipo de experiência.
Ficamos por aqui, em nossas Reflexões do Cotidiano de hoje- Saul
Curitiba, 10 de julho de 2009
Hoje, sábado, é 18 de julho de 2015
*Hoje é quarta feira 21 de julho, de 2021, talvez alguns colegas do Recanto, não tiveram a oportunidade de ler este singelo texto.. Isto nos foi contado, quando fomos visitá-lo, pois em abril de 1994, estaria completando 65 anos e nossa saudosa tia, Carmem, sua irmã, queria estar presente em seu aniversário e nós a condimos em nosso carro, um Opala de saudosa memória. Hoje ele deve estar com 92, caso não tenha passado para o lado “lá” ...
* Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVI Desigualdade das Riquezas.
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