Sobre telhados,telhas e anís

Sobre telhados, telhas e anís

Sinto borbulhar um bourbon qualquer ano
No telhado um suposto véu cobrindo as chamas da parede sem tinta fresca
Parede suja de anos sem cuidado
Parede fresca numa nova construção
É inútil imaginar a cera antiga
Numa casa velha caindo
É inútil pensar num piso novo com entulhos ...
Cai um pedaço de móvel de um lado, protege-se um sofá com muito mais ranhuras que o piso frio da avenida
Cai a fórmica de um armário sem porta
Sempre o inacabado ...
Janelas novas contrastam com ausência de acabamento.
O portão é histórico de inconveniente.
O mal cheiro lembra os lixões .
Às vezes os insetos rondam
A sujeira consome !
Surgem os animais de rua ...
E o silêncio me consome, o trabalho aumenta e consome...
Por dentro dói,sangra ...
Telhado de vidro ou telhas pintadas?

Mais um bourbon está lá a cada dia!
E o anís?

O inacabado é ruína!
13/07/2021
Eliane Auer