Simbiose afetiva - BVIW

O tempo torna as vistas mais cansadas, o coração abobalhado e a sabedoria amadurecida. Quando era jovem sonhava em ser mãe, e a maternidade desde cedo estava presente em mim. Amava cuidar dos meus irmãos, brincar e protegê-los. Até hoje temos uma relação mais que fraterna, mãe e filhos talvez. Quando ganhei os meus de presente, entendi que os laços não eram de fitas. Existia um cordão emocional ali, independente do umbilical, pois o amor não é genuinamente sanguíneo. O sentimento não nasce com a capacidade de gerar, mas do cuidar. Foi amor à primeira vista, uma simbiose afetiva muito forte, sem explicação, condição ou cláusulas. Meus bonecos não eram de silicone da Estrela ou Mattel, nem tinham um botão para desligar o choro. Aprendi com as noites em claro que essa relação é eterna, um amor que não se mede, não se pede, nem se perde pelo caminho. O verdadeiro amor. Aquele que está acima de qualquer coisa ou pessoa. Um amor sem explicação, e daria a minha vida por eles, pois são a razão das batidas do meu coração, meu amor maior, minha razão de viver. Com eles sou muito mais feliz, mais esperta e cheia de esperança. Não mudaria um sinal neles, são perfeitos nos defeitos, são seres em construção.