O Diário da borboleta azul ( cap. 7, pg. 95 )
Olá, pessoas do meu coração! Resolvi postar o capítulo 7 do meu livro: " O Diário da borboleta azul".Postarei em três partes, hoje, amanhã e depois de amanhã, só pra conhecerem um pouco de meu diário. E também porque é um dos capítulos maiores do livro.
Em breve poderão ter acesso a ele nas plataformas digitais.
Capítulo 7. Quem é você, afinal?
( a bucha de chiclete )
Escolho um look elegante, uma camisa branca com babados, uma calça destroix, dobrada na canela, um sapato bico fino preto e uma bolsinha delicada, também na cor preta.
Sigo de ônibus para a tão importante entrevista de emprego, concentradíssima dando mais uma checada na maquiagem com o espelhinho, eu entro no ônibus, magicamente quase vazio, limpo e, apenas com uns três garotos sentados no fundão.
Conseguir pegar um ônibus naquele horário e, praticamente vazio era muita sorte. Sento com cuidado para não amassar a roupa e, decido pegar o celular para checar se havia alguma mensagem.
Passo por ruas que já estava cansada de passar e lugares de infância. Vejo alguns idosos se dirigindo ao posto de saúde e o vai e vem dos transeuntes, dos carros, até que...
_Ai, que dor! - levo rapidamente a mão na cabeça, especificamente na minha nuca. Não deu tempo para eu terminar o "u" do palavrão que gritei, antes dos malandros, gargalhando descerem as pressas do ônibus.
_Demônios desgraçados! Moleques malditos!
Haviam me acertado uma bucha de chiclete! E ela estava grudada bem no meio dos meus cabelos.
_Que nojo! - eu tentava me livrar daquilo, disfarçando para que o cobrador, motorista e os poucos passageiros não percebessem.
Quando meu ponto chegou, desci apressada ainda tentando tirar a bucha de chiclete, sentindo vontade de vomitar e chorar ao mesmo tempo, só imaginando a quantidade de bactérias que existia naquela boca podre que me acertara aquilo.
Ainda tinha alguns minutos para a entrevista e corria feito louca, de salto alto, fazendo eco pelos corredores do shopping. No banheiro tive uma ideia, e joguei todas as coisas da bolsa na pia para tentar achar alguma coisa que servi-se ou, ao menos ajuda-se a me livrar daquela bucha horrorosa nos cabelos e nada. Parecia que o meu nervoso não me deixava pensar. Caiu batom, que por sua vez abriu a tampa, quebrou-se todo manchando a pia, molhou celular, lenços de papel, as mangas da minha camisa... até que enfim, encontrei uma tesourinha! Resolvido! Cortei um pedaço do cabelo, onde estava grudada a bucha. Foi a solução.
Tentei organizar o resto da cabeleira desconectada, lavei as mãos e respirei fundo procurando me recompor.
Retoquei o lápis, ainda tremendo respirando mais fundo e contando até dez. Não havia tempo para ficar culpando o universo pela minha falta de sorte. Eu precisava daquele emprego...