EFEITOS COLATERAIS DA PANDEMIA DE COVID-19
Nunca imaginei que me sentiria tão feliz ao cortar o cabelo. Vejam só! Um fato tão comum como cortar o cabelo! Pois foi o que me aconteceu. Durante o ano de 2020 tive meu cabelo cortado somente uma vez, no mês de outubro, quando houve uma queda nos casos de infecção pelo vírus em nossa cidade. Durante muitos meses os salões de beleza ficaram fechados, mas mesmo quando reabriram, não tive coragem de ir a um deles. A cabeleireira veio até minha residência e seguimos todos os protocolos de cuidados.
A essa altura do ano, eu não estava contente com o cabelão que cresceu e descia abaixo dos ombros. Sem tintura, estava branco como neve. Me sentia feia e envelhecida. Além do mais, não usava cabelo comprido desde os meus 20 e poucos anos. Foi um alivio cortar.
Mas a alegria não durou muito, a Pandemia tornou a nos assustar a partir de janeiro de 2021 e o cabelo cresceu novamente. Eu só conseguia usá-lo preso na nuca ou com uma tiara larga para que não me caísse sobre os olhos, atrapalhando meu trabalho. E o Covid-19 não deu trégua, só consegui cortá-lo novamente em maio. Dessa vez, fui à casa da cabeleireira, ambas de máscaras e todos os cuidados foram tomados. Pedi um corte curto, moderno, e mechas mais escuras que me deram um ar jovial. Ufa! Aquela mulher que antes eu via no espelho não era eu.
Interessante como uma ação corriqueira pode ter o efeito de nos melhorar não só a aparência, mas também dar-nos um up na autoestima. Pode parecer uma tolice quando sabemos que mais de 500.000 pessoas perderam suas vidas e outras, que se recuperaram, continuam lutando para tratar sequelas terríveis e prosseguir em suas trajetórias. Entretanto, há muitas pequenas coisas que nos afetam intensamente: familiares que não podemos ver ou tocar há mais de um ano, pequenas alegrias como poder sair livremente, ir a uma igreja, a um parque, ao restaurante. São tantas as limitações para todas as faixas etárias...e o medo de adoecer, de morrer, que ainda está presente e nos consome...
Porém, quero registrar essa pequena alegria. Estou feliz com meu cabelo curto. Mentalmente, me fez bem e me renovou a fé e a esperança. Toda minha família levou o isolamento social muito a sério. Isso causou alguns efeitos psicológicos danosos, mas seguimos firmes e determinados. Para mim, ainda não acabou, espero que a vacinação em massa nos livre dessa tragédia.
Graças a Deus não tivemos perdas de vidas na família, tampouco internações, mas acompanhamos com muita tristeza as perdas de pessoas conhecidas.
Que Deus nos proteja a todos! Amém!
Nunca imaginei que me sentiria tão feliz ao cortar o cabelo. Vejam só! Um fato tão comum como cortar o cabelo! Pois foi o que me aconteceu. Durante o ano de 2020 tive meu cabelo cortado somente uma vez, no mês de outubro, quando houve uma queda nos casos de infecção pelo vírus em nossa cidade. Durante muitos meses os salões de beleza ficaram fechados, mas mesmo quando reabriram, não tive coragem de ir a um deles. A cabeleireira veio até minha residência e seguimos todos os protocolos de cuidados.
A essa altura do ano, eu não estava contente com o cabelão que cresceu e descia abaixo dos ombros. Sem tintura, estava branco como neve. Me sentia feia e envelhecida. Além do mais, não usava cabelo comprido desde os meus 20 e poucos anos. Foi um alivio cortar.
Mas a alegria não durou muito, a Pandemia tornou a nos assustar a partir de janeiro de 2021 e o cabelo cresceu novamente. Eu só conseguia usá-lo preso na nuca ou com uma tiara larga para que não me caísse sobre os olhos, atrapalhando meu trabalho. E o Covid-19 não deu trégua, só consegui cortá-lo novamente em maio. Dessa vez, fui à casa da cabeleireira, ambas de máscaras e todos os cuidados foram tomados. Pedi um corte curto, moderno, e mechas mais escuras que me deram um ar jovial. Ufa! Aquela mulher que antes eu via no espelho não era eu.
Interessante como uma ação corriqueira pode ter o efeito de nos melhorar não só a aparência, mas também dar-nos um up na autoestima. Pode parecer uma tolice quando sabemos que mais de 500.000 pessoas perderam suas vidas e outras, que se recuperaram, continuam lutando para tratar sequelas terríveis e prosseguir em suas trajetórias. Entretanto, há muitas pequenas coisas que nos afetam intensamente: familiares que não podemos ver ou tocar há mais de um ano, pequenas alegrias como poder sair livremente, ir a uma igreja, a um parque, ao restaurante. São tantas as limitações para todas as faixas etárias...e o medo de adoecer, de morrer, que ainda está presente e nos consome...
Porém, quero registrar essa pequena alegria. Estou feliz com meu cabelo curto. Mentalmente, me fez bem e me renovou a fé e a esperança. Toda minha família levou o isolamento social muito a sério. Isso causou alguns efeitos psicológicos danosos, mas seguimos firmes e determinados. Para mim, ainda não acabou, espero que a vacinação em massa nos livre dessa tragédia.
Graças a Deus não tivemos perdas de vidas na família, tampouco internações, mas acompanhamos com muita tristeza as perdas de pessoas conhecidas.
Que Deus nos proteja a todos! Amém!