AMAR É SABER.

Ressai da sensibilidade de Vitor Hugo: "A luz da lua não traz vida nem calor, como o sol, mas tem a faculdade de iluminar as trevas."

Luz tênue não abre inexpugnáveis portas nem traz vida, mas movimenta marés e influencia em suas fases a vida vegetal. Não falta razão em nada na natureza. Mas o saber tem fortes barreiras. Nem gênios abraçaram o saber como pretendiam, sem reservas. Presença de Deus, mística da reserva divina para avaliar a criação, faz entender que amar é saber sem vestígios de simulações e vícios de sermos o que não somos.

Como a generosidade que desmerece aquele que é generoso e ostenta, mesmo infantimente publicando loas e posses. Configura injúria para a necessidade.

A personalidade tão bem definida por um agnóstico revolucionário e maior em filososfia, Kant, em sua “Razão Pura”, indica espaço heterogêneo, hoje expansivo como a internet, onde as almas são lidas de forma diserta, facunda.

Uma alça de voos inimagináveis seria avesso às múltiplas fronteiras de penetração do raciocínio, onde acreditar é esperar a função, onde surge adensada e gigante disfunção desaparelhada.

Crer na inteligência é a esperança onde os extremos se tocam; “extrema si tangunt”. Hoje tão difícil a crença na visão sem travas e traves. Impera a hipocrisia, a simulação, a mentira, nos colóquios públicos e privados. Projete-se nos biombos da internet.

Amar é saber.

Como se movimenta esse procedimento vital de viver suas realidades? Alavancados no processo crítico.

A crítica, todos sabem, na melhor forma, busca o crescimento positivo para construir, calcada na Lei de Spencer, seleção natural para melhor, criticar seletivamente para concentrar um objetivo maior e mais verdadeiro no objeto visado. Mas vive-se no mundo da contradição, do irrealismo em proveito próprio, da mitomania acelerada e do descrédito onde o crédito deveria (condicional) ser o ponto de partida.

Sabemos o que podemos alcançar e por isso devemos e amamos o saber que ama, cativados pela criação, e perdoa os que das leis naturais apreendidas souberam pouco em praticá-las, e mesmo advertidos não mudam seus caminhos.

Mas saber o que poucos sabem, invulgar patrimônio, faz perdoar por amor, por saber a imensidão das fraquezas humanas na liça em aparentar e precisar ser e ter. Quando o interior é pobre precisa-se mostrar um exterior rico, ainda que seja comum.

Lá no alto do monte está a fraqueza visível na mentira e pretensão por martírios pessoais vividos, em antinomia ao Getsemani. Este majestoso, grandioso por SABER O AMOR, aqueles, pequenos, vagando no mundo das sombras.

Nesse propósito, quem pouco sabe, mas domina o que sabe, agiliza o que sabe, se apossando minimamente da monumental "Razão Pura" kantiana e faz um breve passeio no “saber para amar”. Desse passo,aborda sua dialética superior, versando sua magna obra, “A Critica da Razão Pura”, onde é advogado contra e a favor de suas próprias ideias, fazendo a “tese” a “antítese”, e suas variantes. E mergulha em alentadas páginas nas profundezas de seus discursos dogmáticos. E passa a saber; “ AMAR É SABER”.

Mas não precisa se saber muito para saber o essencial, o certo e o errado, pois neste se enquadra o alinhamento com o desalinho, o curso do que não presta diante do que presta, vestindo o mal mais ou menos intenso e agravando seu perfil pessoal. NENHUM MAL É NECESSÁRIO.

Amar é saber o que se é, sendo verdadeiro, vestindo transparência para que os outros possam eleger e saber quem está ao seu lado pelo “princípio da confiança”.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 14/07/2021
Reeditado em 15/07/2021
Código do texto: T7299298
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